"O tempo é o senhor da razão" / "Quem vê cara não vê coração" / "Nada como um dia atrás do outro" - são ditados populares que nos ajudam a entender o comportamento humano. O que seria de nós se não pudéssemos mudar de opinião? O tempo corre e passamos a olhar o mundo de outra forma. Muitas vezes, mudamos de opinião em função do cargo que ocupamos, e então caímos em outro jargão: "ponha-se no meu lugar!" Quando mudamos de posição na história, muitas vezes também mudamos nossa forma de ver a situação. Neste caso é interessante observarmos que antigos guerrilheiros, que praticaram atos de "selvageria", hoje, por estarem ocupando a posição que outrora combatiam, usam palavras ríspidas em relação àqueles que lutam por seus direitos de trabalhador. É claro que entendemos as razões, mas nos assustamos com as palavras. Aqui, podemos incluir outro dito popular: "nunca diga não e nunca pronuncie jamais" ou "não cuspa para cima". Se em outros tempos era plenamente compreensível que dinamitar bancos era por uma justa causa, mesmo que isso implicasse em colocar em risco vidas humanas, hoje fazer greve e passeatas é justificável quando se busca melhores condições de vida.
Mais adiante, encontramos outro ditado popular: "faça o que eu falo, mas, não faça o que eu faço". Importante apresentador de televisão, defensor de pobres e oprimidos, que chora diante de situações de pobreza, se acha no direito de privatizar um trecho de praia. Sem nenhuma considerçãoe cológica, o dito senhor e "chefe" de uma linda família, desafia às leis mantendo o seu cercadinho, onde deverá praticar maricultura. Será? Ou estará apenas se apoderando daquilo que não lhe pertence?
E, assim, de ditado em ditado popular vamos entendendo um pouco mais do nosso comportamento.
"Dize-me com quem andas e te direi quem és" - esse é muito interesante quando se trata de políticos brasileiros. Aqui não existe fideliedade (a quase nada) e a maioria dos partidos não consegue deixar claro, quais são os seus verdadeiros ideais e projetos, a dança dos vereadores, deputados e senadores, nos deixa cada vez mais confusos. Continuamos como "maridos enganados", não sabendo de nada que esses senhores e senhoras planejam. Ficamos na dúvida de quem são, pois não sabemos com quem eles andam.
Outro ditado "legal" é o que diz: "uma ovelha má põem um rebanho a perder", que podemos modificar para: "uma boa ovelha, quando entra num rebanho ruim, corre o risco de se perder".
E assim "de gão em grão" vamos vivendo e convivendo com atitudes e discursos que não condizem com realidades (passadas e presentes), e "como a ocasião faz o ladrão" é sempre bom ficarmos com "um olho no padre e outro na missa", para não cairmos em tentação.
Fico tranquilo ao escrever sobre esse tema e vou dormir calmamente, pois sei bem que: "quem fala de nós não sabe o que diz".
Edison Borba
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