terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

FAZENDO A DIFERENÇA

Geneticamente pensando, apesar de pertencermos à espécie humana, somos todos diferentes. Essa individualidade é garantida por um fenômeno conhecido como “crossing – over”. Apesar das espécies terem seus próprios genomas, o mecanismo de recombinação de genes, mantém as diferenças. Porém, mesmo sabendo que não encontraremos outro de “nós”, buscamos ficar mais diferentes. Pintamos o cabelo, deixamos a barba crescer, usamos roupas extravagantes, freqüentamos academias, tudo numa frenética busca para ficar mais diferente.
A moda é um veículo para oportunizar e realçar as diferenças, mas sair da moda é o “barato”. Nadar contra a corrente. Chamar a atenção pela forma de ser e proceder destoando dos grupos. Não pertencer a nenhuma tribo. Ser único e por ser assim, se destacar dos demais. Fazer a anti – moda.
Durante os desfiles de carnaval, nas Escolas de Samba, ser destaque é ser diferente. Ocupar o ponto maior entre os componentes do grupo, usar enormes fantasias ou diminutas tanguinhas e até nenhuma roupa, pode fazer a diferença e fazer alguém diferente.
Mas, existem situações que fazer a diferença é chamar a atenção para aspectos positivos da vida, é lutar contra situações em que o preconceito aparece como uma muralha. Assim sendo, ser igual é ser diferente.
Os noticiários dessa última semana de fevereiro trouxeram informações incríveis, como a de um jovem portador da síndrome de Down que foi aprovado no vestibular da Universidade Federal de Goiás. Na ECA-USP, um homem é a alegria dos jovens, pois aos 60 anos não se envergonha de participar do trote. O mais velho novo aluno a entrar na universidade. Ainda na USP, um jovem guitarrista, faz a alegria de sua família, sendo aprovado em quatro vestibulares para o curso de medicina. Ainda em são Paulo outro jovem cursa o Ensino Médio e o Superior concomitantemente. E uma jovem de 19 anos conseguiu aprovação em onze, isto mesmo, onze universidades de medicina.
Todos fizeram a diferença, sendo “aprovados” para fazer parte de um todo. O rapaz portador de síndrome, o homem sessentão, o guitarrista, o jovem que cursa dois ciclos escolares, e os que foram aprovados em diversos vestibulares. Eles fizeram a diferença, no sentido oposto. Eram diferentes e agora são iguais, mesmo sendo diferentes.
Não mudaram a cor do cabelo, não usaram anabolizantes, nem tampouco injetaram botox ou silicone no corpo. Não foi necessário se despirem e nem usarem penachos coloridos. Apenas, pelo esforço e por acreditarem em seus potenciais, foram capazes de fazer a diferença.
E que diferença!
Edison Borba

Um comentário:

  1. Edison,

    Felizmente, ainda existem os diferentes do bem. Acrescentaria na sua lista a diferença dos heróis anônimos que, também, arriscaram suas vidas, como foi o estudante que defendeu o mendigo dos agressores e quase morreu. E o motorista do ônibus que se arriscou, sem medir consequencias, para agarrar o bandido estuprador da menina de 12 anos. Poderíamos citar tantos mais, entretanto, esses se destacam.

    Um abraço

    Lucia Regina

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