quarta-feira, 17 de abril de 2013

RIO + ÔNIBUS = PERIGO

Hoje, 17 de abril, mais um acidente envolvendo o transporte mais usado na cidade do Rio de Janeiro, o ônibus. Desta vez, o fato aconteceu na zona sul da cidade, no bairro de Ipanema. O resultado é sempre o mesmo: pessoas feridas, sangue, choro, prejuízos materiais e humanos. Estamos vivendo em tempos que entrar num transporte coletivo é muito mais perigoso do que passear na faixa de Gaza.
Quando não acontecem acidentes, como quedas de viadutos, os passageiros estão sujeitos aos assaltos. É sempre uma loteria, em que o prêmio  maior pode ser a morte, como aconteceu na avenida Brasil e também no dia dez de abril, nas proximidades do bairro da Piedade.
Quais motivos poderiam ser apontados para tantos acidentes em tão pouco tempo?
Algumas observações podem ser enumeradas, como:
>empresários gananciosos, que não investem adequadamente na segurança dos veículos, que em grande parte encontra-se em condições precárias. Pneus gastos, freios falhando  e desconforto interno para os passageiros.
> fome financeira que obriga os profissionais (motoristas) a trabalharem mais horas do que o permitido por lei. Logo, motoristas cansados e estressados, conduzindo veículos lotados de passageiros.
>voltamos à ganância empresarial para novamente apontar a exigência de horário, fazendo com que haja um excesso de velocidade, para o cumprimento das horas exigidas pela empresa dona da frota dos coletivos.
>essa conhecida ganância,  está eliminando os profissionais que fazem a cobrança da passagem, os conhecidos cobradores, obrigando os motoristas a exercerem dupla função, fazer o troco e dirigir dentro do tempo estabelecido pela famosa GANÂNCIA empresarial.
Quando a imprensa denuncia que  um ônibus acumula uma grande quantidade de multas por excesso de velocidade, falta completar a notícia, com o motivo da velocidade excessiva.
O que leva os motoristas a correrem tanto?
Não estou querendo isentar um grupo de total culpa e condenar o outro grupo colocando vilões e anjos em lados opostos da situação. Porém, quando um acidente acontece, não ficamos informados sobre o nome real da empresa, dos empresários, do tipo de contrato que existe entre o município e  estado para a exploração de uma atividade altamente lucrativa.
Geralmente a imprensa foca a notícia nos motoristas. As causas maiores que envolvem milhões de reais ficam ocultas. Não tive a oportunidade de ler em jornais e revistas ou ouvir nas entrevistas radiofônicas e televisivas, a presença dos ricos donos de empresas de coletivos.
Por que na oração existe sempre um sujeito oculto?
Vamos pedir ajuda aos entendidos em Língua Portuguesa ou aos Delegados?
Enquanto a resposta não acontece, ficamos rezando para não sermos a próxima vítima.
Edison Borba – usuário dos ônibus da cidade do Rio de Janeiro.

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