quinta-feira, 18 de abril de 2013

VAI FALTAR CEMITÉRIO

Uma mulher, do estado de São Paulo, ao ser entrevistada, por jornalista de uma famosa emissora de televisão, fez o seguinte comentário após a morte de quatro jovens, na madrugada paulistana: “vai faltar cemitério para enterrar os nossos jovens”.
Na mesma madrugada, no Rio de Janeiro, dois policiais militares foram assassinados. Não temos notícias do que ocorreu nessa mesma data nos demais estados do país.
Ficar enumerando esses acontecimentos é apenas contabilizar matematicamente o número de corpos que chegam aos necrotérios brasileiros. O importante é buscar as causas que levam a tanta violência.
Não há necessidade de ficarmos elaborando grandes teses, sabemos que educação familiar e educação escolar, são os dois grandes focos do incêndio.
Em relação às famílias, destacam-se problemas envolvendo  trabalho, moradia e pão. Esses três fatores, quando estão em baixa na sociedade, a bolsa dos valores humanos entra em queda.
Um país como o Brasil, de dimensões continentais, administrado por uma grande maioria de políticos e empresários, que olham apenas para os seus bolsos e bolsas, pouco sobra para as sacolas familiares.
Onde falta o pão, falta educação. Onde falta educação, aumenta a violência em todos os sentidos. Não só a violência que produz a morte, mas a violência que gera a  miséria  comportamental, que se traduz nos mais diferenciados tipos de crimes.
Ainda vivemos uma triste realidade social,  apesar dos pequenos avanços ainda existe muito a realizar, construir, investir e modificar.
Infelizmente, grande parte do problema, é produto da corrupção que acontece  nas administrações municipais, estaduais,  senado,  câmaras de vereadores e deputados,  que se reflete no governo federal. São tantas as negociações, negociatas, troca de favores entre partidos, que sobra pouca energia para atender adequadamente a população.
Vivemos um Brasil de contradições, numa ponta uma sociedade bem alimentada e bem assessorada. Na outra ponta, os que dependem das bolsas sociais. No meio dessa história, um grande número de famílias de trabalhadores, penduradas na corda bamba, lutando diariamente para manter o equilíbrio doméstico.
A violência é o resultado dessa gigantesca contradição social, na qual vivemos dia após dia, lutando contra situações, que poderiam ser minoradas, não fosse a grande farra que se faz com o dinheiro público.
Dessa forma, vamos contabilizando corpos, mortos e mortes, e como disse a senhora entrevistada, “vai faltar cemitério” para enterramos tantos brasileiros.
Edison Borba

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