quinta-feira, 28 de julho de 2011

A MAÇÃ ENVENENADA

Linda e talentosa. Rainha das telas e palcos. Encantadora.  Sua beleza se confunde com a arte. Muitas vezes o texto perde para o rosto, os cabelos e o corpo. Apesar de tudo: fama, amores e dinheiro a solidão é sua companheira. Quando as luzes se apagam não sobra muita coisa. Um vazio toma conta de sua vida. Um apartamento lindamente decorado. Tapetes, cortinas, poltronas, espelhos, mesas, cadeiras e silêncio. Um caminhar sozinha, como se estranha fosse, em seu próprio lar. Onde estão as vozes, os risos, os amigos e os amantes? Um cigarro, um  copo e uma vontade de chorar. Lágrimas mancham a maquiagem e o lindo rosto se contrai em dor. Silenciosamente chora. As dores da alma são difíceis de curar. Sempre vivendo personagens corajosas, ela sucumbe cortada por uma navalha na carne. A linda miss Brasil, de muitos amores não conseguiu construir laços de família. Seu insensato coração, sempre a conduz por caminhos que a levam ao pânico. Nem amor nem poder, essa deusa loura de olhos azuis é carente demais, linda demais, sensual demais e tudo isso a torna doida demais. Beijos apaixonados na tela constroem a imagem de uma super fêmea. Mas ela é apenas uma mulher! Com o coração repleto de ternura e bondade. Uma linda mulher! A cinderela que se perdeu no baile e não conseguiu encontrar um verdadeiro príncipe que a encantasse e a protegesse da malvada bruxa, que lhe entregou a maçã envenenada. Nenhum cavaleiro montado em  corcel branco conseguiu erguer para ela um lindo castelo, onde  pudesse viver feliz para sempre, como nos contos de fada!

Para Vera Fisher, com toda a minha admiração e carinho!
De Edison Borba







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