quinta-feira, 21 de julho de 2011

SALVEMOS AS BALEIAS, MAS ...

Ecologicamente, podemos afirmar que os oceanos estão para as baleias, assim como as escolas estão para as nossas crianças. As águas salgadas, são o habitat natural deste  mamífero que além da poluição, sofre as ações de caçadores inescrupulosos. Portanto, temos que lutar para que a nossa cadeia ecológica não seja quebrada. Habitat é o local onde uma espécie, animal ou vegetal, realiza  ações bioquímicas que garantem a sua sobrevivência de forma equilibrada. Os oceanos e as escolas são espaços diretamente relacionados com a vida em nosso planeta. Para os cetáceos, as águas salgadas e para as nossas crianças, as salas de aula. Com a efervescência da vida moderna, nossos descendentes, estão sendo colocados em espaços educacionais, cada vez mais cedo. Bebês com poucos dias de vida, já exibem agenda onde compromissos são seguidos, obedecendo a uma rotina, de fazer inveja a muitos executivos. Desta forma, nossos filhos criaram uma dependência com os espaços educacionais, semelhante às baleias; com as águas oceânicas. Infelizmente, o quadro não é bom para os seres aquáticos e nem para os terráqueos. Analisando as unidades escolares, desde aquelas que abrigam nossos infantes, até as maiores universidades, verificamos uma situação pouco agradável. Questões pedagógicas pouco recomendáveis, sendo realizadas em prédios, salas e espaços  inadequados ameaçam  o saudável desenvolvimento das nossas crianças e jovens. É necessário, manter o foco da questão no que chamamos de habitat. Quando analisamos uma sala de aula sob a perspectiva de um ecossistema, observamos espaço inadequado para a realização das  mais simples reações metabólicas. Local pouco ventilado, mal iluminado, e com temperaturas instáveis ocupado por grande quantidade de seres que tentam sobreviver e aprender regras, conceitos e fórmulas. O excesso de seres leva a competição e ao desequilíbrio populacional. Poluição espacial, espécie ameaçada e aprendizagem prejudicada. Salvemos as baleias, mas, não podemos esquecer a nossa descendência. O perigo aumenta proporcionalmente ao tempo passado nesses espaços inadequados. Precisamos despoluir os oceanos e as escolas. Para a construção de uma descendência inovadora e criativa é necessário cuidar para que as reações orgânicas e psicológicas  dos  nossos alunos aconteçam em ambientes saudáveis, limpos e livres de ameaças. Ter liberdade para desenvolver potenciais  implica em crescer equilibradamente. Cada órgão, principalmente o cérebro, necessita de estímulos adequados acontecendo no momento certo. Não existe metodologia pedagógica capaz de superar a ausência de condições ambientais favoráveis. Salvemos as baleias, mas não podemos esquecer as nossas crianças. Fazemos parte de uma intrincada cadeia ecológica, onde todas as espécies são interligadas por tênues laços bioquímicos. Nossos oceanos e nossas escolas estão em perigo. Salvemos as baleias mas ...

Edison Borba – Professor / Coordenador Pedagógico do PINCE

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