sábado, 14 de abril de 2012

FALAS BELAS / BELAS FALAS

Vamos sentir saudades da Taluda, Íntima, Cabo Rust, Maruschka, Rubinho, Grace Kelly, Carneirinho, Felizardo, mãe Iara, Chocotona, Graciosa, Belezinha, Locanda, Deusa, Eveva, Marisol,  Toinha, Damiana, Ana Girafa e de todos os personagens que habitaram o Covil do Bagre  a Boca do Capeta e desfilaram pelos belos corredores da “Comprare”
Um bom divertimento, adequado ao horário e com algumas inversões de valores. Paradigmas quebrados, com o destaque para os personagens às avessas. Condessas negras e belezas gordas. Felicidade e alegria na comunidade pobre. Maldades e intrigas no núcleo rico. Médico bondoso e a bela mulata. Interessante  construção para uma história de amor. O  gosto pela poesia através de um jovem sonhador. As mulheres costureiras mostrando a sua importância para que o mundo maravilhoso dos modelos possa existir nas passarelas. O lar da Mão Aberta e o carinho com as crianças, a sensibilidade de Ana Girafa, personagem encantador, que deixou o aspecto de caricatura para um bom mergulho na alma humana. Uma novela que soube usar os contrastes, como uma forma de vermos o mundo por  outra lente.
E assim caminhou “Aquele Beijo”, entre brigas e tapas. Conspirações e traições. Desfiles, moda, risadas e muitos salgadinhos. Misses embaladas pelo hino, que tanto sucesso fez na voz de Ellen de Lima.  Banhos de descarrego, refeições portuguesas e fantasmas “amalucados”. Casamentos e nascimentos. Sotaques cariocas, nordestinos e portugueses. Foi gostoso  E muitos beijos. Pizzas e pizzas. E os shows da Chocotona.
Em destaque, uma heroína rebelde, teimosa e sonhadora que fez jus a entrar na igreja sob o som da marcha nupcial de outra rebelde, a noviça.
Os videntes: mãe Iara e Joselito com a rapaziada dos banhos e as incríveis Violante e Mirta, essas duas, mostrando o lado torto na terceira idade, nos fizeram rir muito.
Destaque para as atrizes veteranas, algumas há tempos sem aparecer na telinha. Como é bom revê-las. Obrigado por nos brindarem com suas interpretações. Vocês são as grandes “Damas” da dramaturgia brasileira.
Parabéns aos autores e diretores que souberam dosar a história  provocando boas gargalhadas no horário do jantar além de introduzir de forma sutil, nesse tipo de trabalho, algumas críticas sociais bastante relevantes.
A intervenção do autor, em algumas cenas da novela, às vezes narrando textos ou recitando poesias foram muito bem feitas e oportunas.
Parabéns a todos os que colaboraram para mais um bom trabalho de telenovela brasileira.
Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário