Gente guerreira.
Homens trabalhadores.
Mulheres rezadeiras.
Nordeste, estiagem, emergência.
Clima cruel. Vida difícil. Promessas fáceis.
Sertão. Sertanejo.
Baianos. Alagoanos. Sergipanos.
Migrantes seguem o ciclo da água.
Piauí, Ceará e Paraíba tudo seco.
Rostos molhados de suor e lágrimas.
É o La Niña ou o El Niño
Que queima a plantação,
Espanta a chuva,
E esconde a água.
Mata de sede.
É sertão de Antonio Conselheiro,
Virgulino, o Lampião,
Maria Bonita e Corisco.
É caatinga, farinha é manteiga de garrafa..
É sertão de sol, que seca e resseca.
Impiedosamente queima.
É sertão das orações dos peregrinos,
Do “Padrim Padre Cícero”.
E compromissos nunca cumpridos.
Promessas compridas de longa espera.
Esperar é comum na vida dos que sobrevivem à seca.
Prosperidade. Brasil grande nação
Economia renovada
Computadores, renovação.
Terra de grandes valores.
Mas, também dos horrores
Da miséria e desolação.
Dos tristes casebres
Da seca do sertão.
Dos capitães, das veredas.
Do Guimarães, que é da Rosa.
Diadorim e Riobaldo
Vidas secas. Secas vidas.
Gente sobrevivente.
Não tem poço nem tem poça
Não tem água na panela, nem comida na barriga
Pé no chão, remela seca,
Ressecada pela seca.
Sertão de mais promessas, dos homens de paletó.
Prometem chuva água fresca
Muito trabalho e sementes
Sertão da espera que um dia o mar virá, e tudo se transformará.
O sertão vai virar mar!
****** ****** ***** *****15 de abril de 2012 – Notícias urgentes:
De 2011 para 2012, o Nordeste tem aumento de 469% de cidades em emergência por estiagem.
Seca afeta mais de 60% dos municípios da Bahia.
Edison Borba
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