quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

DOCES LEMBRANÇAS


Saudade da calmaria e do piscar dos vagalumes,
Do balançar na rede e colher fruta no pé.

Saudade do sussurrar do vento entre as  mangueiras,
Do ruído confuso dos pássaros  noturnos.

Saudade dos verdes campos e das flores no jardim,
Do amanhecer preguiçoso e do cheiro de café.

Saudade das folhas secas, caídas das amendoeiras,
Do ranger da velha porteira, desgastada pelo tempo.

Saudade da água fresquinha, tirada do fundo do poço,
Da passagem da boiada, levantando poeira na estrada.

Saudade do perfume emanado do  jasmim,
Do coachar dos sapos numa serenata sem fim.

Saudade dos pingos da chuva pendurados nas ramagens
Do cheiro de terra molhada logo após a chuvarada.

Saudade das amoreiras, cajueiros e bananeiras,
Das goiabas o sabor, de encher a boca d’água

Da  siriguela a cor bem amarela o roxo do jamelão,
Manchando a nossa boca, denunciando o ladrão.

Dos limões o azedinho e o visgo da  jaqueira.
É tanto para lembrar

Ter saudade recordar
Das conversas esticadas, do varandão e do luar.

Dos amigos, das risadas, dos segredos revelados.
Do frescor das madrugadas

Do alvorecer trás dos montes
E das tardes ensolaradas.

Da estrada sinuosa de barro avermelhado
Do fusquinha, um guerreiro, vencendo a buraqueira

Aguentando a bagunça dos alegres passageiros.
E assim passou o tempo

Agora saudade e lembranças
No peito de cada um que curtiu aquela casa

Aquele tempo e os momentos
Eternizados em fotos e nas histórias fantásticas que cada um vai contar,
na esperança que um dia tudo poderá voltar!

Edison Borba

 

 

 

 

 

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