terça-feira, 11 de dezembro de 2012

VAZIO.

Ruas mortas, escuras e silenciosas.
Estou caminhando sem destino.

Ferido, esgotado, cansado.
Não penso em morrer porque morto estou.

Sem sonhos, desejos e paixões.
Esquecido.

De mim ninguém lembra.
E eu também não tenho lembranças

Apaguei de  mim todas as recordações
Estou absolutamente vazio.

Arrasto um corpo pela noite fria.
Um corpo. Não mais o meu corpo.

Caminho bem devagar.
Quase sem forças.

Não há mais nada a fazer.
Não há sonhos  nem desejos.

Não há ninguém para ter saudade.
Não há vontade de ter saudade.

Somente a rua vazia, as sombras e as sobras.
Restos, despejos e rejeitos.

Rejeitado estou.
Rejeitado eu sou.

Não há mais nada a fazer e nem mais nada a dizer.
Uma sensação agradável me envolve.

Deixo-me levar sem resistir.
Abandono o que nunca tive.

Não há mais nada a querer.
Não estou deixando marcas.

Nenhum vestígio nem pegadas.
Não morro, porque nunca existi.

Edison Borba

 

 

 

 

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