O que
fazer? O que comer? O que beber? Como respirar? Diariamente somos
bombardeados com informações sobre doenças que poderão se
desenvolver em nosso organismo, provenientes do ar, da água e dos
alimentos. Viver está se tornando uma aventura, um ato de coragem!
Cientistas nos assustam com suas pesquisas que mudam tão rápido
como um raio. A banha de porco, tão usada por minha mãe e avó,
para cozinhar nossos alimentos, foi segregada, condenada e acusada de
ser maléfica para a nossa saúde. Hoje, a banha ressurgiu nos
noticiários absolutamente perdoada e sendo aplaudida, volta a ser a
queridinha dos pesquisadores. Os embutidos, linguiças e presuntos
estão com a reputação abalada. Adeus aos churrasquinhos! As
verduras, legumes e frutas vivem fazendo a dança das cadeiras. O
tomate já subiu e desceu de cotação. Viver é perigoso demais! Os
gordinhos estão ameaçados de infarto, mas os magros estão morrendo
também. Algumas vezes acho que sou de outro planeta, fui criado
comendo arroz, feijão, carnes, legumes e verduras. Mocotó e língua
de boi também faziam parte do cardápio junto com a dobradinha com
feijão branco. Banana era a fruta mais consumida pela minha família.
Ovos de todos os tipos: cozidos, estrelados, mexidos e colocados no
pão. Café com leite e no leite havia nata. Pão com manteiga.
Ultrapassei os 70 anos e continuo com saúde. Será que estou realmente
vivo?
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