sexta-feira, 22 de novembro de 2013

AMOR BANDIDO!

           Constantemente mulheres de presidiários são detidas por tentarem levar drogas e aparelhos celulares em seus corpos para os companheiros presidiários. Uma grávida de cinco meses foi presa portando um celular dentro de suas “partes íntimas”. Ao ser detida, chorou diante  de seu filho,  de seis anos que também visitaria o pai presidiário. Uma cena triste e comovente, que se repete constantemente.
Quem são essas mulheres? Que tipo de amor às impelem  correr riscos pelos seus companheiros? Algumas alegam,  ser obrigadas a cometer o ato ilícito. Mas, a grande maioria faz por amor. Um amor bandido, ou um amor pelo bandido.
Mulheres abandonadas, discriminadas pela sociedade, que lutam para sobreviver em condições difíceis. Mulheres rotuladas por se apaixonarem pelos “heróis” do tráfico. Mulheres que se sentem valorizadas nas comunidades, pelas “forças” dos companheiros. Mulheres como qualquer outra mulher, incluindo àquelas que emprestam seus rostos para revistas famosas, posam nuas e  trocam de amor, maridos, amantes sob as luzes dos holofotes, aplaudidas pelo povo e pelos fãs. Dois tipos de mulher ou apenas duas situações sociais?
É difícil defender as mulheres de bandidos. Muitas não são bandidas e possuem retidão de comportamento. Arriscam-se por seus amores, sacrificam-se para ter um segundo de afeto. Elas não saem nas colunas sociais, mas nas colunas policiais. Olhos baixos, cabelos nem sempre luminosos, roupas de pouca qualidade, mas apaixonadas. Não posam nuas, não fazem escândalos, são fieis no prazer e na dor. Discretas, exibem  olhares tristes ao serem fotografadas para o álbum policial.
Como avaliar e comparar o comportamento  das “pin-up-girls” com as mulheres de bandidos? Muitas das “girls”  cometem distúrbios,  drogam-se, dirigem  alcoolizadas,  internam-se em clínicas de reabilitação,  envolvem-se em escândalos e ressurgem maravilhosas após um tempo de “recesso”. Algumas se exibem sensualmente nas redes e participam de  “reality  shows” sem  nenhum pudor. Bebem além da conta e  não se acanham em fazer (amor ??!!) e sexo diante das câmeras de televisão. Portam e usam drogas, mas são perdoadas pelo povo que as aplaude e acolhe, entendendo que são frágeis e manipuláveis por outros tipos de bandidos, os que as oferecem fama.
Não quero ser complacente com ninguém, crime é crime, não importando a classe e o status social de quem o cometeu, porém a sociedade tende a ser mais compreensiva com algumas em detrimento de outras.
Tentar entrar num presídio com um aparelho celular ou drogas é crime, mas também deveria ser crime, usar a imagem para estimular o uso do álcool, ao sexo sem segurança  e a luta por dinheiro num vale tudo, onde as armas são as piores condições humanas, como a mentira,  a raiva, o ódio num jogo sem nenhum pudor.
Mulheres que amam bandidos ou mulheres bandidas com classe ou sem classe, se cometerem crimes devem ser punidas. Porém, nem todas as caras ou rostos saem em capas de revistas ou colunas sociais, algumas aparecem apenas nas colunas criminais!
Edison Borba

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