Constantemente
mulheres de presidiários são detidas por tentarem levar drogas e aparelhos
celulares em seus corpos para os companheiros presidiários. Uma grávida de
cinco meses foi presa portando um celular dentro de suas “partes íntimas”. Ao
ser detida, chorou diante de seu filho, de seis anos que também visitaria o pai
presidiário. Uma cena triste e comovente, que se repete constantemente.
Quem são essas
mulheres? Que tipo de amor às impelem correr riscos pelos seus companheiros? Algumas
alegam, ser obrigadas a cometer o ato
ilícito. Mas, a grande maioria faz por amor. Um amor bandido, ou um amor pelo
bandido.
Mulheres
abandonadas, discriminadas pela sociedade, que lutam para sobreviver em condições
difíceis. Mulheres rotuladas por se apaixonarem pelos “heróis” do tráfico.
Mulheres que se sentem valorizadas nas comunidades, pelas “forças” dos
companheiros. Mulheres como qualquer outra mulher, incluindo àquelas que emprestam
seus rostos para revistas famosas, posam nuas e trocam de amor, maridos, amantes sob as luzes
dos holofotes, aplaudidas pelo povo e pelos fãs. Dois tipos de mulher ou apenas
duas situações sociais?
É difícil
defender as mulheres de bandidos. Muitas não são bandidas e possuem retidão de
comportamento. Arriscam-se por seus amores, sacrificam-se para ter um segundo
de afeto. Elas não saem nas colunas sociais, mas nas colunas policiais. Olhos
baixos, cabelos nem sempre luminosos, roupas de pouca qualidade, mas
apaixonadas. Não posam nuas, não fazem escândalos, são fieis no prazer e na
dor. Discretas, exibem olhares tristes
ao serem fotografadas para o álbum policial.
Como avaliar e
comparar o comportamento das
“pin-up-girls” com as mulheres de bandidos? Muitas das “girls” cometem distúrbios, drogam-se, dirigem alcoolizadas,
internam-se em clínicas de reabilitação,
envolvem-se em escândalos e ressurgem maravilhosas após um tempo de “recesso”.
Algumas se exibem sensualmente nas redes e participam de “reality shows” sem nenhum pudor. Bebem além da conta e não se acanham em fazer (amor ??!!) e sexo
diante das câmeras de televisão. Portam e usam drogas, mas são perdoadas pelo
povo que as aplaude e acolhe, entendendo que são frágeis e manipuláveis por
outros tipos de bandidos, os que as oferecem fama.
Não quero ser
complacente com ninguém, crime é crime, não importando a classe e o status
social de quem o cometeu, porém a sociedade tende a ser mais compreensiva com algumas
em detrimento de outras.
Tentar entrar
num presídio com um aparelho celular ou drogas é crime, mas também deveria ser
crime, usar a imagem para estimular o uso do álcool, ao sexo sem segurança e a luta por dinheiro num vale tudo, onde as
armas são as piores condições humanas, como a mentira, a raiva, o ódio num jogo sem nenhum pudor.
Mulheres que
amam bandidos ou mulheres bandidas com classe ou sem classe, se cometerem crimes
devem ser punidas. Porém, nem todas as caras ou rostos saem em capas de
revistas ou colunas sociais, algumas aparecem apenas nas colunas criminais!
Edison Borba
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