Nossos pais, nossos avós, nossos bisavós,
nossos tataravós nossos antepassados.
Todos nós somos provenientes de uma relação de seres, que passaram suas bases
genéticas adiante, perpetuando as características da nossa espécie.
Levando-se em conta que os genes são
constituídos de moléculas bioquímicas, que passam de geração em geração, até
encontrar condições favoráveis para se manifestarem, podemos imaginar e até
sonhar, que provavelmente em nosso organismo exista uma porção bioquímica que
existiu no organismo de algum antepassado. Essa pode até ser uma ideia enlouquecida,
imaginarmos que de alguma forma ainda está viva alguma porção química que
conviveu no organismo do meu bisavô ou da minha tataravó.
Reflexão interessante e fascinante
quando “comemoramos” o dia de finados. Permite um mergulho no inexplicável
mundo da morte, talvez seja uma forma
sonhadora de mantermos vivos, aqueles que amávamos e, que deixaram de existir, faleceram.
O fenômeno da morte ainda é um tabu para
a maioria das sociedades. O medo de morrer e de perder pessoas amadas nos assustada.
Vivemos procurando formas de manter vivos amigos queridos e familiares.
Retratos, roupas, cartas e tantos outros “amuletos”, nos quais nos apegamos
para ter para o sempre o bem que se foi. Cadernos de recordações, diários são
também usados para mantermos vivos os nossos finados. Uma roupa com o perfume,
um som, uma melodia, um sabor são elementos que os materializam por segundos.
Buscamos comunicações através de
“paranormais” e “médiuns” que através de “poderes” que não sabemos explicar,
fazem comunicações com o mundo dos mortos, trazendo recados e dessa forma nos
confortando.
Mas tudo isso, está sempre envolto numa
atmosfera de desconfiança. Há sempre uma dúvida quanto a veracidade da mensagem
recebida. Nosso egoísta desejo de manter viva a presença de quem amamos leva-nos a buscar as mais inacreditáveis
fórmulas e formas de contato.
Vinicius de Morais, deixou-nos alguns versos que traduzem muito
bem esse grande mistério da vida – a morte.
Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
Edison
Borba
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