quarta-feira, 20 de novembro de 2013

NÃO RESISTIU...

          Diariamente nos telejornais, nos noticiários radiofônicos e nos textos de jornais encontramos esse tipo de observação: “a vítima não resistiu e morreu”. Fica para o leitor e ouvinte a sensação de que o ferido, propositalmente, não resistiu, e ao morrer prejudicou o bandido.  Não resistir é uma obrigação do “doente”, o ferido tem a obrigação de lutar para se manter vivo, e não criar mais problemas para os meliantes.
Sugiro aos jornalistas que ao relatarem um crime, dispensem o “não resistiu” e usem: “a vítima morreu!” Dessa forma, fica claro que o assassino é o culpado e ponto final!
Existem alguns vícios, muito comum nas matérias jornalísticas, que não consigo entender. Apesar de saber que temos que respeitar um padrão ético a ser seguido pelos informativos, mas já é hora de revermos uma linguagem antiquada, que permanece mesmo com o grande avanço tecnológico.
Outra questão interessante são as entrevistas concedidas aos criminosos, que se tornam famosos pelos atos que cometeram. Alguns debocham da sociedade, riem e fazem escárnio. E quando são  “dimenor”  a situação fica mais constrangedora, ao vermos e ouvirmos adolescentes se deliciando com o que fizeram e gozando os seus quinze minutos de fama.
Em outros casos, alguns jornalistas ao entrevistarem um parente ou amigo da vítima, a conversa acontece em torno da beleza e bondade do morto. Nada é obtido que possa ajudar a esclarecer o problema. A dor e as lágrimas são colocadas em primeiro plano e nada é perguntado que possa ajudar aos policiais ou aos que estão acompanhando a notícia a colaborar com a solução da tragédia. O mesmo acontecendo, quando se cobre as tragédias.
Volto a afirmar, que sei das regras que norteiam o trabalho dos profissionais da imprensa, mas diante de tanta modernidade, já está na hora de um congresso ou simpósio para se discutir as novas formas de fazer jornalismo ou então, as vítimas continuarão a prejudicar os bandidos, não resistindo e morrendo de propósito, só para prejudicar o assassino.
Assim é demais!
Edison Borba
 

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