Diariamente nos
telejornais, nos noticiários radiofônicos e nos textos de jornais encontramos
esse tipo de observação: “a vítima não resistiu e morreu”. Fica para o leitor e
ouvinte a sensação de que o ferido, propositalmente, não resistiu, e ao morrer
prejudicou o bandido. Não resistir é uma
obrigação do “doente”, o ferido tem a obrigação de lutar para se manter vivo, e
não criar mais problemas para os meliantes.
Sugiro aos
jornalistas que ao relatarem um crime, dispensem o “não resistiu” e usem: “a
vítima morreu!” Dessa forma, fica claro que o assassino é o culpado e ponto
final!
Existem alguns
vícios, muito comum nas matérias jornalísticas, que não consigo entender. Apesar
de saber que temos que respeitar um padrão ético a ser seguido pelos
informativos, mas já é hora de revermos uma linguagem antiquada, que permanece
mesmo com o grande avanço tecnológico.
Outra questão
interessante são as entrevistas concedidas aos criminosos, que se tornam
famosos pelos atos que cometeram. Alguns debocham da sociedade, riem e fazem
escárnio. E quando são “dimenor” a situação fica mais constrangedora, ao
vermos e ouvirmos adolescentes se deliciando com o que fizeram e gozando os
seus quinze minutos de fama.
Em outros
casos, alguns jornalistas ao entrevistarem um parente ou amigo da vítima, a
conversa acontece em torno da beleza e bondade do morto. Nada é obtido que
possa ajudar a esclarecer o problema. A dor e as lágrimas são colocadas em
primeiro plano e nada é perguntado que possa ajudar aos policiais ou aos que
estão acompanhando a notícia a colaborar com a solução da tragédia. O mesmo
acontecendo, quando se cobre as tragédias.
Volto a
afirmar, que sei das regras que norteiam o trabalho dos profissionais da
imprensa, mas diante de tanta modernidade, já está na hora de um congresso ou
simpósio para se discutir as novas formas de fazer jornalismo ou então, as
vítimas continuarão a prejudicar os bandidos, não resistindo e morrendo de
propósito, só para prejudicar o assassino.
Assim é demais!
Edison Borba
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