As mudanças que acontecem no planeta tornam-se mais complexas em nosso
território. Não conseguimos identificar um padrão biológico brasileiro, as
indústrias de calçados e roupas usam, muitas vezes, medidas estrangeiras, que
não se enquadram nos biotipos do povo do Brasil.
Dividimo-nos
em regiões, que conseguem ter certa
relação “biosocial” entre os seus habitantes. Porém, a visão do país como um
todo, a brasilidade, é muito difícil de
ser identificada. Somos muitos, somos diversos, somos variados, somos uma
mistura de indígenas, europeus, africanos e asiáticos, que resultou numa maravilhosa
e diversificada população.
A partir dessa complexa diferenciação,
enfrentamos um grande desafio: a educação. Como estabelecer parâmetros que
possam nortear o ensino do Oiapoque ao Chuí?
Apesar de falarmos o mesmo idioma, as expressões
locais, muitas vezes, transformam-se em subidiomas, que é necessário termos um
dicionário para estabelecer comunicação entre os próprios brasileiros.
Usos, costumes, diferenças ecológicas e climáticas, permitem, num mesmo dia
termos diferenças que variam entre a neve a chuva e a seca. Como estabelecer um
parâmetro educacional que possa atender a essa incrível diversidade humana,
geográfica e ecológica?
Além das condições próprias desse imenso
território, temos um sistema de governo
federal, estadual e municipal, que não investe seriamente no processo
educacional. Vivemos situações no processo ensino e aprendizagem que varia numa
escala preocupante. O descaso, o desvio de verbas, a falta de responsabilidade
com as condições educacionais do país é vergonhosa.
As classes sociais consideradas elite, que não
depende da educação pública, busca nas escolas privadas, a solução. Infelizmente, mesmo na rede particular,
encontramos falhas bastante sérias, porém mais fáceis de serem sanadas. No
entanto, quando nos referimos à educação pública, a situação é complicada.
Apesar dos educadores, serem em muitos casos os mesmos, das duas redes, as
condições de trabalho é que estão em polos opostos.
As esperanças de sermos uma nação emergente,
aquela que irá matar a fome do planeta, cujo desenvolvimento está nos levando
para o primeiro mundo naufraga, quando não garante um futuro digno para a maioria de seu povo.
Apesar de todos os obstáculos, o povão,
responde favoravelmente permitindo encontrarmos oásis, em meio ao deserto do
descaso educacional. Quando visitamos uma feira ou exposição de projetos,
trabalhos e pesquisas desenvolvidos por alunos dos diversos segmentos
educacionais, nos ”deliciamos” diante de uma escola que luta para mudar a
realidade que a cerca. Esses eventos permitem que aconteça uma troca de saberes
tirando estudantes e professores do isolamento e socializando suas
experiências.
Esses brasileiros, através de sua
persistência, capacidade de inovar, acreditar, criar, inventar e amar o Brasil, lutam através da
educação, para que possa existir um futuro digno para todos os nós.
Que haja mais exposições, feiras, eventos,
seminários, simpósios e oficinas pedagógicas, para manter viva a chama que
aquece o coração dos educadores e alunos. Precisamos que haja plena
conscientização de empresários e da sociedade civil, para que não percamos uma
enorme quantidade de jovens, que buscam o saber empreendedor para suas vidas. Eles são a
esperança de uma sociedade ética e preocupada com a melhoria da qualidade da
vida no Brasil.
Edison Borba
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