sexta-feira, 17 de junho de 2016

ESCRAVA MÃE – MÃES ESCRAVAS


 
Quantas mães escravas viram seus filhos morrerem sob as chibatadas

Quantas negras mães escravas foram de seus filhos arrebatadas

Quantas lágrimas límpidas como água da fonte jorraram dos seus olhos

Mulheres africanas rainhas em suas Terras, escravizadas aqui e em outras paragens

Guerreiras de coragem, que não se vergaram sob o açoite e as investidas à noite

Sob a proteção do escuro, os monstros senhores de engenho as abusavam

Mães DE filhos de brancos, mães de leite DOS filhos dos brancos

Senhoras amorosas afetivas cuidadoras da suas Senhoras

Bebês da cor do leite que era negado aos seus filhos da cor da noite

Meninos brancos que se tornavam senhores de engenho

Que engenhavam novas torturas para suas amas de leite

Novos crimes, torturas e muito açoite

Escravas mães de escravas. Escravas mães de escravos

Escravas da liberdade, sonho de todos, força que vencia a melancolia

Sufocava as mágoas, e fortalecia o sonho do quilombo

Liberdade sonhada e guiada pela estrela guia

Mulheres africanas brasilizadas e eternizadas em nossa pele

Nossas “ancestrais”, VOCÊS fazem parte da nossa História e marcaram nossa vida

Somos todos seus filhos! Estás nos genes! Estão no genoma!

Escravas mães, nossas mães escravas negras

Pedimos que nos abençoem, que abençoem esta Pátria

Que ainda não aprendeu a respeitá-las e nem aos seus filhos

Perdoem-nos, agora somos nós os escravos de uma Nação sem noção!

Edison Borba

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