É dor incomensurável, é dor insuportável
Um amigo se perdendo, aos poucos
Corpo corroído, cansado, sofrendo...
Tá doendo vê-lo em agonia
Dói ser impotente e nada poder fazer
Que o torne menos doente ...
Olhos semicerrados, rosto amarelado
Sorriso perdido, como é doído...
É punhal cravado na alma, que não se pode arrancar
Palavras balbuciadas, lágrimas escorrendo pelo canto dos olhos
Boca ressecada, braços marcados pelas agulhas
Tá doendo nele e tá doendo em todos que o amam
Não há como entender tamanho sofrimento
Para o qual não existe alento
Soros, tubos, máscaras – corpo manipulado
Mãos estranhas que mexem nas entranhas do corpo fragilizado
Quarto em penumbra e seu leve arfar garantem que ainda há vida
Uma tênue e frágil chama de vida ...
Que todos querem manter acesa, mas já não sabem como orar
Orienta-nos Senhor neste momento tão difícil
Edison Borba
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