sábado, 12 de janeiro de 2019

NOMES: PRÓPRIOS DE UMA ÉPOCA!


 (de)  Edison Borba)




Às vezes me pego pensando nas pessoas que povoaram a minha infância. Gente que recebeu na pia batismal, nomes que desapareceram junto com elas. Uma das irmãs de minha mãe, chama-se Faet e uma outra, mais velha, era  Benice e uma outra,  Gregória. Havia em Inhaúma, onde nasci e cresci, uma costureira chamada Ascenção. Ela morava na rua Vaz da Costa, e na rua de baixo numa vila estavam Dona Jael, uma senhorinha que gostava de ler histórias para as crianças. Eu e meus irmãos éramos apaixonados por ela. Na mesma vila havia a Telina, mulher de gostos extravagantes e de batom vermelho. Na casa verde da rua principal, morava uma senhora magrinha, conhecida como dona Piquetita. Mas, eu gostava muito de ouvir meus pais comentando sobre as filhas do “seu” Libório.
Nomes e nomes que jamais reencontrei em minha vida, como o dos meus tios Crispim, Antonico e Dionísio. Lembro da minha prima Diva, linda morena de olhos negros que se casou o Durgeval.
Dona Miquelina, amiga de minha mãe, era engraçada como o seu nome próprio. Próprio para as crianças fazerem graça e rirem quando ela vinha nos visitar, obrigando Dona Zefa nos advertir com castigos, caso não tivéssemos um bom comportamento. Os nomes mudaram, a sociedade mudou, a vida seguiu e provavelmente muitas dessas pessoas já foram esquecidas assim como seus nomes.

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