Às vezes me pego
pensando nas pessoas que povoaram a minha infância. Gente que recebeu na pia
batismal, nomes que desapareceram junto com elas. Uma das irmãs de minha mãe,
chama-se Faet e uma outra, mais velha, era Benice e uma outra, Gregória. Havia em Inhaúma, onde nasci e
cresci, uma costureira chamada Ascenção. Ela morava na rua Vaz da Costa, e na
rua de baixo numa vila estavam Dona Jael, uma senhorinha que gostava de ler
histórias para as crianças. Eu e meus irmãos éramos apaixonados por ela. Na
mesma vila havia a Telina, mulher de gostos extravagantes e de batom vermelho.
Na casa verde da rua principal, morava uma senhora magrinha, conhecida como
dona Piquetita. Mas, eu gostava muito de ouvir meus pais comentando sobre as
filhas do “seu” Libório.
Nomes e nomes que
jamais reencontrei em minha vida, como o dos meus tios Crispim, Antonico e
Dionísio. Lembro da minha prima Diva, linda morena de olhos negros que se casou
o Durgeval.
Dona Miquelina, amiga
de minha mãe, era engraçada como o seu nome próprio. Próprio para as crianças
fazerem graça e rirem quando ela vinha nos visitar, obrigando Dona Zefa nos
advertir com castigos, caso não tivéssemos um bom comportamento. Os nomes
mudaram, a sociedade mudou, a vida seguiu e provavelmente muitas dessas pessoas
já foram esquecidas assim como seus nomes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário