domingo, 3 de novembro de 2019

ERA UMA VEZ...

(por) Edison Borba



Era uma vez, num antigo reino de terras férteis e rios caudalosos, onde em se plantando tudo germinava. Lugar de extensas florestas, planícies verdejantes e montanhas tão altas que as nuvens pairavam sobre seus picos. Lugar de muitas frutas e coloridas flores. Seu povo era conhecido como amável, trabalhador e muito alegre. Gostava de cantar e dançar e vivia promovendo festas durante todo ano. Havia um certo orgulho em seus habitantes que sempre afirmavam: "aqui não há terremotos, vendavais e nenhuma intempérie da natureza". Quando algum desastre acontecia, era algo provocado por seus comandantes, cujos atos destoavam da população trabalhadora, eram homens e mulheres gananciosos e suspeitava-se até que eram corruptos. Porém, o povo nunca se rebelou diante das tragédias provocadas por esses seres daninhos. Em certa ocasião, o povo, que tinha hábitos democráticos escolheu para governá-los um rei, famoso por suas prosopopeias. Homem dado a discursos vigorosos e algumas vezes ameaçadores, que trouxe com ele uma bela rainha e três "príncipes", rapazes garbosos que imediatamente assumiram o reinado junto com o pai. Logo nos primeiros dias de governo, a população ficou confusa, pois o rei e os príncipes davam ordens desconexas, deixando claramente que não havia entre eles nenhuma concordância, criando entre os vassalos uma dúvida: quem está verdadeiramente ocupando o trono? O monarca e pai dos 3 príncipes, apesar de ser enérgico com seus súditos, não conseguia manter a ordem em seu lar. Quando precisava viajar para um reino vizinho, os príncipes faziam do reino uma orgia. Falavam "coisas" desconexas, ameaçavam o povo com severas e antigas leis, deixando toda a população assustada. O rei, que não conseguia manter a ordem em sua casa, culpava os vizinhos, e alguns segmentos da população de provocar o tumulto no País. Sua atitude protetora sobre os seus pimpolhos deixava a população perplexa. Nenhuma palmada, castigo, cantinho do pensamento eram aplicados nos príncipes que ficavam cada vez mais rebeldes e incontroláveis.
Essa história, ainda não terminou. O rei está cada vez mais raivoso e numa atitude de "pai protetor" está descarregando (por enquanto) apenas suas armas verbais sobre o povão, que acuado já está se recolhendo mais cedo em seus lares e criando códigos de comunicação, para poderem externar suas opiniões.
Fica a questão para ser analisada: quem verdadeiramente está no poder? O rei ou os príncipes? Qual dos meninos príncipes sucederá o rei?  Como reagirá o povo diante dessa complicada situação?

Nenhum comentário:

Postar um comentário