quinta-feira, 21 de novembro de 2019

UMA INDESEJÁVEL SENHORA

(por) Edison Borba

Ela costuma chegar sem avisar
Pode ser na hora do café, após o almoço ou ao entardecer
Dizem que ela prefere vir à noite e até de madrugada
Ela simplesmente chega, à qualquer momento e lugar
Ninguém pode queixar-se da política exercida, 
por essa calma senhora
Ela vem para o doutor, o arquiteto e o cozinheiro
Chega para o pobre e para quem tem muito dinheiro
Visita homens e mulheres e os que estão na "transição"
A sua democracia é exercida sem nenhuma compaixão
Quando abraça crianças, é criticada e até amaldiçoada
Mas, quando chega para os idosos, todos dizem sem alento, que
"Já não era sem tempo!"
Quando ela convida os vaidosos e os orgulhosos
Recebe até elogios! 
De que valeu tanta empáfia, dizem as línguas malditas
Referindo-se àqueles que viveram crendo, nunca serem atingidos
Pelo implacável destino!
Para os religiosos, que vivem em oração, ela costuma ser prática
Agindo com rapidez, resolvendo logo a questão.
Durante a reunião, a última para o adeus, a que chamam de velório
Ela tranquiliza os que choram, pedindo para não reclamar
Tenham paciência e calma, pois um dia ela os virá buscar.

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