Os
deuses da dramaturgia vez por outra espalham seus poderes sobre as
telenovelas fazendo com que alguns personagens e até mesmo a obra
como um todo, seja marcado com o sinal de um anjo e se transforme num mito.
Quem
matou Odete Roitman? Esta pergunta ainda permanece no imaginário
popular, ocupando espaço junto com a doce mamãe Dolores. As
risadas de Porcina, a viúva daquele que “foi sem nunca ter sido”,
ainda ecoam nos nossos ouvidos.
O
Direito de Nascer, fez o Brasil chorar durante quase dois anos e o
Pantanal, nos levou pelas belezas do Brasil guiados por
Juma Marruá. Tiêta,
fez os brasileiros se voltarem para a região do agreste, e muitos
televisores ficavam ligados nas quentes areias nordestinas.
Essas
explosões de audiência são espontâneas e muitas vezes, deixa
surpreso até o autor da novela. Como explicar o sucesso dos Irmãos
Coragem, Gabriela e da Escrava Isaura, que emocionou em duas versões,
encenadas em épocas distantes e produzidas por emissoras de
televisão diferentes. Os Dez Mandamentos, novela de caráter religioso quebrou paradigmas e fez o povo se voltar para questões bíblicas, provando que se o espetáculo é bom, o público aplaude.
Porém, aos poucos as novelas estão se perdendo. Para atrair o público, os autores estão "apelando" para cenas de sexo, personagens bizarros e propaganda aberta, onde o produto faz parte do texto. Apesar das pesquisas apontarem que o público permanece fiel, garantindo pontos para as emissoras, as histórias mostram-se desinteressantes com personagens difíceis de "engolir". Há poucos dias uma emissora encerrou o folhetim onde a personagem principal, uma doceira, tinha um comportamento que vacilava entre a burrice e a loucura. Personagens psicopatas regenerados e cenas tão bizarras que devem ter sido difíceis de ser gravadas por atores inteligentes. Mas, o show continua e novas novelas já estão preenchendo os espaços. E assim será por muitos e muitos anos. Que venham os novos folhetins, pois sempre haverá uma Odete Roitman para dominar a cena!
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