quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

DORES DE VIVER

Durante o ciclo de vida de um ser humano, várias dores serão sentidas e suportadas. Algumas são físicas, outras mentais e até as dores espirituais. Qualquer uma delas, é única, e individual. A dor é nossa. Apenas quem a sente sabe avaliar a sua intensidade.

Uma simples dor de cabeça, aquela que vem devagarinho e passa o dia todo com a gente, incomodando, aborrecendo tirando-nos o prazer de viver. Essa dor tão comum, que acomete muitas pessoas, é simplesmente única. Cada um tem o seu próprio sentido e percepção da dor na sua cabeça..
Outras dores que invadem nosso corpo deixando-nos incomodados com um dente, rins, estômago ou qualquer outra parte do organismo é sempre individual. Ninguém saberá jamais avaliar o que sente o outro. “A dor é minha em mim doeu” afirmou o poeta.
Mas as dores não podem ser avaliadas isoladamente. Elas se interligam formando uma rede de sofrimento bastante complexa.
O organismo humano funciona interligado através dos fios neurológicos que estabelecem conexões entre todas as células que constituem o corpo humano. Portanto, não existe apenas uma dor física ou psicológica separadamente.
Dor é uma sensação desagradável, variando de intensidade, desestabilizando todo o organismo na qual ela está acontecendo.
Porém, existem situações em que o corpo não está doente. Nenhuma parte dele está desorganizada. São questões que provocam dores violentamente fortes e difíceis de serem entendidas e curadas. Elas acontecem fora do nosso corpo, são situações que nos cercam e que se transformam em algo muito maior que uma dor orgânica. São fatos, acontecimentos, coisas que fogem ao nosso controle, mas que nos atingem como bombas nucleares. Machucam, sangram, deixam cicatrizes, sendo necessário que haja muita força para aceitá-las e conviver com as marcas que ficam em nossa vida.
Arrumar o quarto do filho que morreu.
Perder um grande amor.

A solidão.

O sentimento de injustiça. Ser acusado por algo que não se fez.

Sofrer com uma ingratidão.

Segurar a alça do caixão do enterro de um grande amigo.

Ser discriminado.

Desconhecer o paradeiro de alguém muito querido

Esperar por notícias, sabendo que elas nunca virão.

Essas dores, ou sentimentos de dor estão além do corpo. Elas acontecem no mais profundo do nosso ser. Não existe na medicina, analgésico capaz de diminuir o sofrimento causado por esses males.

O tempo, a fé, a ocupação com tarefas de utilidade pública, o cultivo de flores são algumas formas de cicatrização para feridas tão profundas.

Cada um deve buscar uma forma de remédio para sanar essas dores.

Transformá-las em amor por algo, alguém ou até um animal pode minimizá-las.

Mas, as marcas causadas serão cicatrizes que jamais deixarão de existir.

Edison Borba

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