domingo, 3 de janeiro de 2016

O LIVRE ARBÍTRIO E AS TATUAGENS.

Já fui questionado por vários amigos sobre o uso da tatuagem. A minha primeira preocupação é, sempre informar, que se trata de um procedimento que só pode ser usado por indivíduos que obtiveram a emancipação social através da maioridade.
A outra questão, que busco esclarecer é o nome técnico: tatuagem = dermopigmentação, ou seja, trata-se de uma técnica de pigmentar a derme, isto é, a pele. Logo, é uma forma de modificação do corpo, pois acontece de maneira subcutânea. Portanto, trata-se de um procedimento sério e que só deve ser realizado por especialistas e, em obediência às mais rigorosas técnicas de higiene, para se evitar a contaminação por diversos tipos de sérias doenças.
Durante muitos anos, o procedimento era irreversível, atualmente há mecanismos que anulam o processo, mas que são bastante complexos, dolorosos e podem deixar cicatrizes ou variações da cor da pele.
Também busco levar à pessoa a pensar na história da tatuagem que remonta à milhares de anos e, passa por diversos caminhos e motivações, sendo hoje considerada uma obra de arte viva, e atemporal tanto quanto a vida.
Ainda neste tópico, dando um salto histórico, e caindo na era moderna, procuro lembrar que a tatuagem representou por muito tempo, a marginalidade. Os grupos rejeitados pela sociedade eram identificados através delas. Atualmente a tatuagem deixou de ser um símbolo marginal e passou a ser uma expressão individual de arte estética. Artistas do cinema, teatro, música e pessoas comuns passaram a usar tatuagens por diversos e particulares motivos.
Concluindo as explicações técnicas, os modismos, as vaidades e outros fatores que envolvem o tema, chegamos ao livre arbítrio.
Por que alguém opta por marcar o seu corpo com uma tatuagem?
Expressar seu amor a alguém ou a uma causa? Estar na moda? Indicar pertencimento a um grupo? Vaidade? Imitar uma pessoa famosa?
Os motivos poderão ser diversos e diversificados, mas há que se ter consciência, que uma tatuagem é para sempre, e mesmo que haja técnicas para apagá-las o local onde ela foi colocada ficará marcado.
Outra questão que deve ser bem analisada, é o fato de que a sociedade atual, aparentemente tolerante e sem preconceitos, ainda reserva desconfianças para os tatuados, principalmente, quando os mesmos pertencem às classes menos favorecidas, financeiramente e intelectualmente. Ainda existem empresas que rejeitam sutilmente, candidatos tatuados. É preciso que haja clareza social e deixemos de lado a falsidade e revelemos que o preconceito existe mesmo, não há como disfarçar.
Portanto, quando alguém usa do seu livre arbítrio e opte por tatuar seu corpo, é necessário, que antes de embarcar na onda, reflita, sobre:
- Que vantagens e desvantagens eu terei usando uma tatuagem em meu corpo?
- Eu, em função do grupo ao qual pertenço, poderei sofrer discriminação e preconceito social?
- Sendo algo que ficará para sempre comigo, como será o meu futuro, usando o desenho que eu coloquei no meu corpo?
- Os fatores que envolvem a história das tatuagens, poderão atingir-me? 
- Eu tenho suficiente equilíbrio psicológico para marcar meu corpo para sempre?
Após analisar estas e outras questões, a decisão será sempre solitária, como acontece com o livre arbítrio; somos livres para escolher os nossos caminhos, o que não vale é queixar-se depois.
Boa escolha!
Edison Borba

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