(por) Edison Borba
Em 1993, perdemos um grande amigo para o HIV. Ele foi uma das
primeiras vítimas deste terrível vírus. Na ocasião, a situação era de pânico e
preconceito. Porém, uma pessoa em especial me deixou assustado quando se
referiu ao companheiro vítima: “ele teve o que procurou”. Tratava-se de alguém
envolvido plenamente por religiosidade. Na ocasião, apesar de ficar chocado,
atribuí a fala aos tempos, eram os anos 90. Passados alguns anos, reencontrei a
pessoa em questão (fazem poucos dias) e ao conversarmos sobre os tempos
passados, o antigo fato da morte do colega passou pela nossa conversa e
infelizmente a observação continuou a mesma de anos e anos passados.
Religiosidade & preconceito misturados sob a proteção “Divina”. O que se
passa no coração da gente? Eu, transferi a situação para mim: “será que eu
também sou assim?” Julgo as pessoas e uso uma religiosidade uma tal “fé” para
enviar para o inferno àqueles que não cantam a minha melodia, os que não estão
enquadrados nos padrões sociais adotados por mim? Não me refiro aqui aos corruptos, os ladrões
do povo, os que roubam a merenda escolar, mas os que se vestem de cores
extravagantes, que dançam e cantam demonstrando uma alegria que não é a minha.
Os que são o que são, sem trazer prejuízo para a sociedade. Qual é a do meu
coração? Será que meu coração é de Deus?
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