quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

SERÁ QUE MEU CORAÇÃO É DE DEUS?


(por) Edison Borba



Em 1993, perdemos um grande amigo para o HIV. Ele foi uma das primeiras vítimas deste terrível vírus. Na ocasião, a situação era de pânico e preconceito. Porém, uma pessoa em especial me deixou assustado quando se referiu ao companheiro vítima: “ele teve o que procurou”. Tratava-se de alguém envolvido plenamente por religiosidade. Na ocasião, apesar de ficar chocado, atribuí a fala aos tempos, eram os anos 90. Passados alguns anos, reencontrei a pessoa em questão (fazem poucos dias) e ao conversarmos sobre os tempos passados, o antigo fato da morte do colega passou pela nossa conversa e infelizmente a observação continuou a mesma de anos e anos passados. Religiosidade & preconceito misturados sob a proteção “Divina”. O que se passa no coração da gente? Eu, transferi a situação para mim: “será que eu também sou assim?” Julgo as pessoas e uso uma religiosidade uma tal “fé” para enviar para o inferno àqueles que não cantam a minha melodia, os que não estão enquadrados nos padrões sociais adotados por mim?  Não me refiro aqui aos corruptos, os ladrões do povo, os que roubam a merenda escolar, mas os que se vestem de cores extravagantes, que dançam e cantam demonstrando uma alegria que não é a minha. Os que são o que são, sem trazer prejuízo para a sociedade. Qual é a do meu coração? Será que meu coração é de Deus?

Nenhum comentário:

Postar um comentário