(por) Edison Borba
Faz alguns anos que presenciamos um conflito quando Joãosinho Trinta desfilou com o Cristo
coberto por um plástico, em protesto pela proibição da exibição
da imagem durante o desfile. Mesmo com as divergências, os artistas
do carnaval sempre conseguem uma forma de tratar do religioso nas festas carnavalescas. Em 2017, a
Escola de Samba Unidos de Vila Maria, de São Paulo, homenageou Nossa
Senhora Aparecida, santa padroeira do Brasil, lembrando os 300 anos
da aparição da imagem da santa. Na ocasião a igreja católica,
participou da organização do enredo orientando sobre fantasias,
carros alegóricos e até na letra do samba. Eis que surgiu uma
escola linda, bem vestida e alegre com um samba cujo refrão cantado pelos desfilantes, misturou samba e canto
religioso.
Ontem, foi emocionante ver a Mangueira desfilando o tema "A Verdade os Fará Livres" apresentando um Cristo tão humano, quanto em "O Auto da Compadecida", que no teatro trouxe muitas discussões sobre a cor da pele de Jesus. Na relação arte e a religiosidade sempre é válido refletir, principalmente num país tão miscigenado quanto o Brasil. As religiões de matriz afrobrasileira, são apresentadas na avenida de maneira respeitosa há muitos anos. Portanto quanto à religiosidade no carnaval há momentos
que o melhor é se unir do que apenas fugir e
criticar. Nas palavras de Deus, união e amor sempre estão indicando o caminho. Logo, precisamos dar as mãos e estabelecer um caminho que possa fazer do carnaval uma festa onde haja mais amor, paz, respeito e união. Não adianta fazer como o avestruz que esconde a cabeça na areia.
Quem
sabe este assunto possa vir a fazer parte das pautas dos diversos e
diferentes grupos religiosos do nosso País. Precisamos de igrejas de portas abertas e Cristãos capazes de estar em ação, para o bem de todos os seres que habitam esse planeta.
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