Sou do tempo que um brotinho, quando ia a um estúdio de fotografia fazer uma foto, deveria exibir um sorriso brejeiro e nunca um sorriso maroto. Eram jovens muito catitas e quando passavam os rapazes diziam: "ela é de chuá!"
Os jovens avançados tinham lambreta e jaqueta de couro. Exibiam um belo topete bem "engomado" com "gumex". Gostavam de mascar chicletes e amavam o Elvis, que era o ídolo musical. Porém, James Dean, representava o descontentamento da juventude.
As famílias protegiam suas filhas para que elas não dessem um "mau passo", pois se isso acontecesse e elas se perdessem a sociedade não perdoaria.
O escurinho dos cinemas era o lugar preferido para os namoradinhos e menina direita só saía acompanhada de um irmãozinho.
Mulheres com mais de trinta eram chamadas respeitosamente de balzaquianas. Nos meios de transporte não haviam lugares determinados para idosos, grávidas e deficientes, porque era hábito ceder o lugar sem pestanejar. Homens ofereciam o assento da "condução" para as mulheres de qualquer idade.
O melhor meio de transporte era o bonde e os estudantes viajavam no bagageiro, com suas turmas de colégio. Professor era tratado com respeito e escola era um lugar sagrado.
Eu poderia seguir desfiando um rosário de lembranças daquele tempo, que eram "coisas" daquele "tempo". Não sou saudosista, gosto apenas de recordar e como numa colcha de retalhos ir colocando os meus. Vocês mais jovens, façam o mesmo, mas coloquem apenas os bons retalhos, o resto deixe guardado dentro do armário.
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