AQUI NÃO É SUIÇA!

Os telejornais das principais emissoras de televisão do Rio de Janeiro, diariamente apresentam a guerra urbana que persiste no Rio de Janeiro. Apesar de sermos conhecidos como um povo alegre e hospitaleiro e que o sorriso carioca é a marca registrada da cidade maravilhosa, a batalha entre marginais e polícia é uma verdade.

Constantemente inocentes morrem durante os confrontos que envolvem também quadrilhas

rivais e os famosos milicianos.

Não estou querendo atrapalhar os festejos que estão preparados para as Olimpíadas de 2016, mas não

podemos esconder uma realidade que teima em se fazer presente.

Infelizmente essa situação não é privilégio apenas da cidade do Rio de Janeiro, mas trata-se de um problema comum em todo o território nacional.

Aqui a paz está muito longe de se fazer presente. Aqui a morte é algo banal. A vida humana não tem valor. Nossa justiça é lenta e a polícia luta em desigualdade de condições com os traficantes, estes sempre bem armados e bem orientados, na prática da guerrilha urbana.

A população das comunidades vive sob pressão, de um lado a polícia e do outro os bandidos. Há que

se obdecer as ordens e seguir certinho a cartilha do medo.

Como criar filhos e manter a família num campo minado?

Como estudar, trabalhar e sobreviver em áreas de conflito?

Para quem vive em outros locais, não consegue ter noção da realidade dos cidadãos cujos lares estão

construídos nestas áreas. A criação das UPPS não conseguiu ter o efeito que se esperava, por vários motivos, um deles é a falta de experiência de muitos jovens policiais, armados para enfrentar cara a cara os bandidos melhor armados e donos do espaço.

Outra questão que contribui para o pouco sucesso das UPPS é a falta de escolas, postos de saúde, creches, saneamento, limpeza urbana, áreas culturais e urbanização.

Algumas vezes as próprias emissoras de televisão ajudam a alimentar propagandas enganosas, mostrando verdades mentirosas e escondendo sob um tapete social a falsa pacificação.

Aqui não é Suiça! Aqui  é o Brasil.

Aqui moram pessoas, cidadãos trabalhadores que merecem tratamento como qualquer ser humano!

Edison Borba