Dia desses, eu me descobri um invejoso! Invejoso mesmo! Daqueles que deseja estar no lugar do outro e até possuir algo alheio. Apesar de envergonhado, por ter sido apanhado em flagrante, eu não consegui desvencilhar-me do horrível sentimento, que é a inveja. Logo eu, um cara que prima pela lisura comportamental e detém o respeito da sociedade. Um homem de caráter ilibado e vida isenta de qualquer deslize.
Sou invejoso! Que tragédia descobrir algo tão execrável para um ser humano. Tirar o véu da bondade, mostrar a "cara" lavada de um "cara" que deseja o que não lhe pertence.
Não trabalho! Porém, invejo os que compraram carro zerinho, com o dinheiro de seu esforço.
E assim eu vou seguindo a minha vida cheio de "olho grande" no quintal do vizinho.
Apesar de reconhecer tal pecado, não tenho forças para libertar-me deste sentimento: a inveja!
E, assim, dia a dia, vou descobrindo que invejo apenas por invejar. Provavelmente um hábito, trauma de infância, desvio de caráter, problemas emocionais ou qualquer outro situação que fez de mim, um invejoso contumaz.
Por dia, matematicamente calculando, deve ocorrer em torno de mais de cem pensamentos invejosos em minha cabeça.
Quando a noite chega, na hora em que vou dormir, não lembro de nenhum deles. Minha inveja é passageira, não é sentimento entranhado em minha alma; é mania. Não trago em mim, verdadeiramente, esse trágico sentimento. Possivelmente, meu cérebro, através deste caminho torto, esteja querendo forçar-me a cumprir algumas promessas que me faço e não cumpro, como: perder peso, malhar e me tornar um atleta.
Sou invejoso do bem! Realmente eu me sinto como um espelho que precisa refletir boas imagens e desta forma me transformar numa pessoa melhor, e, assim ajuda a tornar nosso planeta mais humano.
Edison Borba
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