segunda-feira, 17 de julho de 2017

AULA DA MORTE



É na cidade maravilhosa. É no Rio de Janeiro.
É nas comunidades. É dentro das escolas.
É menina morta, é bala perdida, é choro e gritos
É mãe lamentando, povo reclamando, é sangue no chão...
São tiros mais tiros, de revolver e fuzil.
Escolas fechadas, crianças deitadas no chão da unidade
A aula de hoje, tem como conteúdo a sobrevivência
Tem criança morta! É menino ou menina? É criança!
Estava na escola! Dentro da escola! Era o recreio.
Quantos anos? A morta? Só treze. Era menina!
Estava no pátio. Cadernos manchados.
É sangue é vermelho de menina brasileira
Ela não resistiu! Morreu! Estudava e sonhava
Com um futuro brilhante, emprego elegante
Ser cidadã, ter documentos e poder votar
Os professores, estão reunidos
Estão refazendo o conteúdo escolar
Terão que ensinar, sobre a vida e a morte
E como fazer para escapar e não morrer
Todas as crianças terão que aprender
É a Pedagogia que ensina ter sorte
Escapar com vida da bala perdida
Driblando a morte!
Edison Borba

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