sexta-feira, 7 de julho de 2017

CARTA de uma SUICIDA


Ouçam todos, quando voltei para casa hoje, me senti como um velho relógio que vai perdendo a corda. Estou cansada. Acabada. Aconteceu comigo aquilo que um dia poderá acontecer com qualquer um, perdi a luta. Eu tenho um pouco de tudo, dores múltiplas e que se multiplicam. À noite não consigo dormir. Pela manhã é muito difícil levantar, me vestir e caminhar até à cozinha. O café não tem mais sabor, tudo à minha volta está desbotado, sem cor e sem amor. Andar pelas ruas, subir escadas são movimentos cada vez mais complexos, mas eu continuei insistindo. O que mais eu posso fazer? Será que eu preciso continuar vivendo esse tipo de vida? Quero partir! Gostaria de um funeral bonito e que tudo fosse natural. Mas, nem isso será possível. Peço que me desculpem, mas preciso acelerar o que poderá demorar muito. Já não tenho mais condições. As forças se esvaíram. Não desejo mais continuar e nem magoar ninguém, só peço que me entendam e se lembrem de mim, como já fui um dia: feliz e com o coração cheio de alegria!

Adeus – X

(Transcrevi o que um dia ouvi de uma pessoa que não se encontra mais entre nós!)

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