(por) Edison Borba
Ando
por ai o ano
todo, vestindo fantasias pra sobreviver
Sou
arlequim apaixonado, sou palhaço e faço rir
Acrobata
e malabarista, me
equilibro na vida
Sou mágico:
invento
histórias
Sou
artista: represento
a cada
dia um papel
Danço
na corda bamba, cuidando pra não cair
No
carnaval, eu SOU eu!
Cara
lavada e corpo
levado pelo batuque
No
balanço dos blocos, ninguém me perturba
Sou
apenas mais um a dançar na avenida
Vou
na roda do samba dolente
Não
sou de ninguém, sou apenas gente
Minha
cara não pintei, mas “pintei” pelas ruas
Foi
o que sempre desejei, ser apenas um rosto
Sem
ninguém
perguntar. Sem ninguém estranhar
E
quando um amigo me encontrar, exibindo a cara limpa
Deslavada
e sem pintura, sendo
apenas uma criatura
Um
cidadão bem comum
No
carnaval eu sou rei, sou capitão, sou artista
O
mundo é meu ...
No
carnaval, finalmente: EU sou EU!
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