quarta-feira, 25 de março de 2020

DE OLHOS FECHADOS

(por) Edison Borba




No silêncio do meu quarto fecho os olhos e mergulho na minha escuridão
Como um cego eu tento alcançar o mais profundo do meu eu
Mantenho as luzes apagadas e os olhos cerrados para ter certeza de estar imerso no total escuro
Trêmulo, penso em não continuar por medo 
Sinto que não vou gostar do que eu vou encontrar
Quem sou verdadeiramente? 
Sempre vivi nas superfícies
Nunca mergulhei numa paixão e muito menos em um amor
Optei por caminhar sozinho, para não me ferir, não me magoar, não sentir dor
Luzes apagadas! 
Não vejo o caminho que não quero seguir
Trêmulo penso em parar, sinto que não pertenço a nenhum lugar
Sei que vou me ferir, vou me machucar, vou sangrar
Como posso me importar em machucar a pele, quando a minha alma dilacerada está
Estúpido sou, em apagar as luzes, quando estou contagiado, entediado e deprimido
Ironia, pura ironia apagar as luzes e fechar os olhos, numa infantil atitude
Que não mais me ilude! Estou perdido, sozinho num caminho sem flores
Porque só cultivei espinhos!



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