Morena, quase índia, ela é brasileira
sim, senhor! Nasceu em Botafogo, Rio de Janeiro, mas em seu peito está o Brasil
inteiro. Essa carioca “da gema” também é nordestina, gaúcha, baiana,
pantaneira, seringueira e tudo o que se refere a este país, esta mulher é
brasileira legítima.
Apaixonou-se pelo teatro e foi direto
buscar o Asdrubal, e com ele começou a carregar o “trombone”. Começou assim a
saga, desta guerreira, que sempre faz muita “muvuca” por onde passa. Ela “esquenta”
e ilumina com seu sorriso franco, multiplica seus braços para distribuir abraços
e carinho.
Mulher das periferias e dos salões, ela
sabe chegar e posar de “madame”, mas também vai na raiz e junto com qualquer
comunidade, ela distribui felicidade.
Sua luta contra o preconceito é
constante, sempre abraçando o povo e suas causas. Vai à roça de candomblé e
depois assiste a missa. Mistura
evangélicos com budistas e com sua fé, transforma todos em uma só
família.
Seu coração é sua casa, sempre de portas
abertas. Quem chegar vai perceber o clima de harmonia que ela sabe construir.
Lutando pela natureza, perguntou a todos “é pé de quê?”. Amendoeira,
goiabeira, umbuzeiro, mangueira ou jaqueira? É macaúba? Será pé de pitanga ou um oitizeiro?
Parece que é tingui, mas pode ser mangabeira ou um frondoso baobá!
Desta forma muitas árvores tornaram-se
nossas conhecidas e deveriam se tornar protegidas por todos, mas, tem sempre um
mas ... para atrapalhar.
Podemos encontrá-la enrolada numa
bandeira verde amarela, ou em outra toda colorida pelas cores do arco-iris.
Ela dança o samba, o cateretê, o frevo e
o maculelê. Mistura funk com rock e convida Bach e Chopin para subirem o morro
e se apresentarem para as comunidades. Isso é incrível!
Apesar de tudo isso, provoca discussões, análises e reflexões.
Qual é a dela?
Que “mistureba” essa mulher faz?
Onde, chegaremos com tanta “confusão”
num só programa de televisão?
Ela é populista? Será que é ativista?
Talvez seja anarquista!
Ela é assim, meio Chacrinha, que veio
para confundir e não para explicar. Um homem que em sua época também foi criticado
e analisado chegando a ser tese de doutores, e hoje é aplaudido por ter sido “o
cara” de visão.
Assim é a história, e assim é a rainha
dos garis, respeitada e olhada com admiração por muitos, criticada por alguns e
amada pelo povão.
Regina Casé, uma mulher brasileira, sim
senhor!
Edison
Borba
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