Espero ser verdadeiro e leal, contando tudo, que aconteceu comigo.
Quero falar da
liberdade, da vontade de viver como um pássaro,
Voando alto pelo
horizonte, buscando o que houvera mais distante,
Na esperança de
nunca encontrar, só para continuar a voar.
Não posso deixar de
contar sobre paixões, muitas, diversas milhões.
Algumas se tornaram desventura, outras apenas saudade
E poucas foram
feitas de felicidade.
Quando aos anjos
tiver que revelar, tristezas e alegrias,
Não sei das que
mais gozei um dia, se prazeres ou agonias,
Se júbilos e
orgias, lamentos e fantasias.
Talvez eu nada
tenha pra dizer. Talvez eu tenha medo de contar.
Talvez eu tenha
que calar, apenas para não deixar julgar o
que já foi feito,
E não podendo ser
desfeito em nada adianta explicar.
Sei que ao morrer
logo me esquecem, e que ninguém mais haverá de procurar,
O que de mim
ainda restou no mundo, se fui santo ou apenas vagabundo,
Em esquecimento
logo cairá, se desfazendo ao longo do tempo.
Que minhas cinzas
o vento levará.
Se vivo estou, sou velas acesas, mas a morte
apaga as labaredas, extingue o fogo
E tudo vira
escuridão, nada mais havendo a fazer, então, é melhor calar e nada dizer.
Não haverá o tal julgamento,
nem a ponte para cruzar o rio,
Me deixarei levar
em paz sem riso, vou seguro de que fiz o que foi preciso
Mesmo não sendo preciso
no que fiz. Mas sei que fiz porque foi
preciso.
Esqueçam-me, peço-lhes, por favor, não quero mais
agrados receber
Sigo em paz pro
meu final juízo, seja inferno, purgatório ou paraíso.
Edison Borba
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