sábado, 12 de abril de 2014

QUEREMOS CASA!

          O Rio de Janeiro, mais uma vez é obrigado a viver, com ônibus, carros da polícia e parte do antigo prédio da Telerj, em chamas e um grave  confronto entre policiais e invasores de antigas instalações do edifício onde funcionou uma empresa de telecomunicações.
Há dias, uma migração de famílias sem teto, aproveitadores e bandidos ocuparam o edifício,  construindo uma favela, que nos lembrava um formigueiro. Mais de cinco  mil pessoas se reuniram em condições precárias nos prédios vazios e no seu em torno, organizando uma grande comunidade, visão mostrada pelas câmeras de emissoras de televisão era indescritível. Lonas, papelão, madeira, crianças, mulheres, homens, lixo, lama, armas, móveis, panos, plásticos, insetos e ratos convivendo num espaço onde a  ordem e provavelmente, as leis foram preestabelecidas por grupos “inteligentemente” organizados.
Com o grito de ordem de “queremos casa”, a multidão enfrentou a polícia provocando danos e confusão nas imediações do local. Fica difícil separar flores de ervas daninhas, quem são realmente os sem teto e os que “armaram” o esquema para usufruírem de um grave problema brasileiro, a falta de moradia.
Com a chegada da polícia e da ordem de desocupação do local, aconteceram incêndios de ônibus, carro de polícia, parte do prédio ocupado, invasão de bancos e saque em mercados.
Bombeiros controlam fogo ateado em veículos durante reintegração de posse (Tomaz Silva/Agência Brasil)Apesar de toda esta baderna, o momento é de reflexão: a falta de moradia, a falta de segurança e a ação de traficantes e outros “fora da lei”, que continuam agindo.
A falta de habitação adequada é um problema antigo, governos entram e saem e não conseguem resolver uma situação que se agrava a cada ano. A população cresce numa proporção maior do que a oferta de moradia. As ocupações inadequadas já é uma epidemia que vêm à tona durante as enchentes.
A falta de segurança é vivida dia - a - dia pela população. Assassinatos, roubos, furtos, latrocínios, estupros fazem parte do cotidiano dos brasileiros, que já não causam indignação para a maioria dos brasileiros. As vítimas e suas famílias sofrem abandonadas e se tornam números para as estatísticas dos pesquisadores.
Quanto a ação dos traficantes, será muito difícil de resolver. O produto só é vendido na medida em que existe comprador. Se existe comprador existe consumidor, portanto a raiz da questão dificilmente  será arrancada.
Queremos casa!
Queremos segurança!
Queremos paz!
O povo quer aquilo que é seu por direito.
Um governo que se diz do povo, para o povo e pelo povo precisa rever suas ações, o mais rapidamente possível, caso contrário ...
Edison Borba

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