segunda-feira, 28 de abril de 2014

DONA DALVA NÃO RESISTIU!

           Hoje, dia 28 de maio, no Beco da Vivi, local da comunidade de Nova Brasília, no Complexo do alemão, Arlinda Bezerra de Assis, conhecida como Dona Dalva, de 71 anos foi morta a tiros, ao defender seu neto, durante um tiroteio. Mais uma bala perdida, mais uma vítima, que não resistiu e morreu.

Apesar da implantação das UPPS, a violência continua a desafiar autoridades e polícia. Traficantes fortemente armados continuam a ditar regras e a causar problemas para a sociedade.

Diariamente nos telejornais, nos noticiários radiofônicos e nos textos de jornais encontramos esse tipo de observação: “a vítima não resistiu e morreu”. Fica para o leitor e ouvinte a sensação de que o ferido, propositalmente, teimou em não resistir, e ao morrer prejudicou o bandido. Não resistir é uma obrigação da vítima, o ferido tem a obrigação de lutar para se manter vivo, e não criar mais problemas para os meliantes.

Dona Dalva, foi mais uma teimosa vítima que ousou morrer. Ela deveria ter resistido para não complicar a vida dos traficantes.

E desta forma, vão se acumulando nas reportagens jornalísticas a lista dos que não resistiram.

Sugiro aos jornalistas que ao relatarem um crime, dispensem o “não resistiu” e usem: “a vítima morreu!” Dessa forma, fica mais claro entender que o “assassino” é verdadeiro  culpado e ponto final!

Dona Dalva não resistiu porque deveria ter ficado dentro de casa.

Dona Dalva não resistiu porque teve a ousadia de tentar proteger o neto.

Dona Dalva não resistiu porque imaginou ter o seu direito de ir e vir garantido

Dona Dalva não resistiu porque seu organismo resolveu parar de funcionar.

Declaramos Dona Dalva culpada, por ousar viver livre numa cidade aprisionada por bandidos e traficantes. Culpada por ser brasileira e trabalhadora. Culpada por ser  honesta. Culpada por acreditar que tinha o seu direito de ir e vir garantido pela polícia e justiça do país. Dona Dalva é culpada por ter vivido 40 anos naquela comunidade e por se manter casada com o Senhor Francisco por mais de 50 anos.

Dona Dalva é culpada como todos os brasileiros que teimam em sobreviver num país de desigualdades sociais e onde as regras democráticas se inverteram e a população está prestes a agir como Dona Dalva, não resistir e sumir.

Assim é demais!

Edison Borba

2 comentários:

  1. Lamentamos diariamente perdas com a da Dona Dalva - símbolo de resistência daqueles que, como eu, não conseguem mais suportar a falta de humanidade dos homens.
    Lamentamos minuto por minuto as dores do mundo. Mães, avós, pais, irmãos que perdem seus entes queridos para os algozes do século XXI: o tráfico, a polícia e a política.
    Lamentamos a cada segundo por perdermos nossos direitos fundamentais: a liberdade e a dignidade.
    Lamentamos apenas lamentar. Aguardamos um governo justo, uma cidade pacífica e um mundo mais humano.

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  2. NÃO PODEMOS VIVER LAMENTANDO POR TAL ATOS COMETIDOS NAS " UPPS" , PRECISAMOS FAZER ALGO A MAIS, COBRAR COM MAIS RIGOR AS AUTORIDADFES QUE FIZERAM COM QUE O QUE ERA ZONA JÁ RESOLVIDA CHEGASSE A ESSE PONTO, POIS NÃO FOI DADO SUPORTE SUFICIENTE E COLOCOU SOLDADOS DESPREPARADOS, FORMADOS A POUCO TEMPO E SEM CONDIÇÕES DE DAR SUPORTE A SUA ALTURA , POIS NÃO É SÓ DE CURSINHOS QUE SE VIVE , ESQUECERAM DE DAR AULAS PRÁTICAS, DE TER HORAS DE TREINAMENTO ESFORÇADO E OUTRA NÃO DEIXAR DE REMUNERAR A ALTURA , POIS A FACILIDADE NO CONVÍVIO COM O TRAFICANTE FAZ COM QUE MUITOS CABEÇAS FRACAS PASSEM PARA O OUTRO LADO , APENAS PARA TER GANHO FINACEIRO MAIOR QUE O PREVISTO QUANDO ELE FEZ COMCURSO E SABIA DO QUANTO IRIA GANHAR, LOGO COM A FACILIDADE NESSAS " UPPS " ESTÃO SURGINDO AS " M´LICIAS " QUE SÃO PROFISSIONAIS MAL FORMADOS E COM GANÂNCIA DE PROVENTOS SUPERIORES AO TETO DA CATEGORIA.
    LUIZ MAYNART CORRÊA.

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