sábado, 26 de março de 2016

ALELUIA! ALELUIA!

Nos anos cinquenta, lá bairro de Inhaúma
Na zona norte do Rio, cidade maravilhosa
O sábado de aleluia, era esperado por todos
Mulher, homem e gente idosa
Era o dia de malhar Judas, o traidor
Que vendeu Jesus Cristo, o nosso Senhor Salvador
Havia em todas as casas entre os adultos cochichos

Segredinhos e sorrisos, escondido das crianças
Que por curiosidade, ficavam espichando os ouvidos
Para saber quais os maridos estariam pendurados
Nos postes da avenida, representando o Judas
Todos sabem, o traidor, nestes casos de Inhaúma

Quem era pendurado no poste, era justamente o traído
Aquele marido bobo, pela mulher enganado
Havia também, os que não tinham, acertado a conta
Com o armazém e a quitanda também, estavam devendo
Até para o moço, do armarinho, que a todos atendia
Com muito gosto e carinho.

Havia em todas as casas uma certa curiosidade
Para saber, de verdade, quem seria no posto amarrado
Ao amanhecer o dia, todos saiam à rua
Alguns portando varas e de paus alguns pedaços,
Para justiça fazer no Judas, o traidor, o malvado,

Era ele o indicado em que todos queriam bater
Mas na realidade era tudo brincadeira,
Os bonecos que ficavam nos postes pendurados,
Não ofendia ninguém, pois até os indicados
Participavam da farra e da alegre correria
No sábado de aleluia, dia de alegria

O amor por Jesus Cristo, malhar o boneco Judas
Era uma forma, na época, de demonstrar revolta
Deixando claro, acreditem, das pessoas a emoção
Que o povo não aceita, não suporta e não quer não
Que haja contra, quem quer seja, uma torpe traição.
Judas são todos os homens e mulheres também

Que não honram seus compromissos, são omissos e covardes
Assim, como conta a História, de Nosso Senhor Jesus
São capazes de prender qualquer cidadão na cruz.
Saudade eu tenho, dos tempos da Aleluia,
Os sábados alegres vividos no bairro de Inhaúma
Com minha família e amigos, em uma casa pequena
Onde o verbo mais conjugado, naquele pequeno lar
Era o que Jesus ensinou, amar, amar e amar!

Edison Borba

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