sexta-feira, 18 de março de 2016

E A PRINCESA?


Vovó é mulher antenada, está sempre ligada
Em tudo que é fato novo e, em tudo que é moderno
Ela tem vários celulares, face book e até um blog
É moderna até demais para seus quase cem anos
Porém, ela não abre mão, daquilo que aprendeu
Em sua educação, ela não admite e nem aceita
Palavras de baixo calão, o conhecido palavrão
Esta foi uma das causas de afastar crianças da sala
Na hora dos noticiários elas ficam à portas trancadas  
Vovó de bengala armada, impede que qualquer netinho
Menor de dezoito aninhos assista depoimento
De políticos, qualquer um, de alto ou baixo escalão
Quando os parlamentares, em suas nobres declarações
Deixam escapar, uma enxurrada de horríveis palavrões
Minha casa parece um quartel
Ninguém ousa desobedecer a vovó, que parece um coronel
Apesar dos exageros da minha querida avozinha
Eu também fico chocado quando um “nobre”
Perde a linha, a agulha e o carretel
Imaginem se a nossa querida Princesa Isabel
Que assinou importante Lei, chegasse ao seu palácio
E de caneta na mão, antes do nobre ato, liberasse um palavrão
E o Duque de Caxias, famoso por sua coragem
Nas lutas empunhando espada, sobre seu cavalo alazão
Gritasse bem alto para tropa um estrondoso palavrão
E o querido e nobre Tiradentes, grande mártir
Que sua vida cedeu pela nossa Pátria, o Brasil,
Na hora do julgamento em frente ao parlamento
E com todo o sofrimento, sofrido em sua prisão
Em altos brados gritasse um sonoro palavrão
Poderíamos buscar na nossa história querida
Diversos homens e mulheres dignos de nossa atenção
Gente garbosa e forte, gente do sul e do norte
Do nordeste, centro oeste e também do meu sudeste
Gente que orgulha o Brasil, esta tão nobre Nação
Gente que defendeu o povo, a Pátria, sem gritar um palavrão!
Obrigado vovó por sua grande lição!
Abençoe seu querido neto, que não quer ter desafeto
Apenas como poeta espera que sua Pátria
Um dia volte a sorrir, que não haja palavrão
E principalmente a tal da corrupção.
Edison Borba

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