quinta-feira, 31 de março de 2016

OS CANTARES DE MINHA MÃE!

Ainda lembro, parece que foi ontem

Minha mãe cantando, durante os domésticos afazeres

No tanque ou no fogão, havia sempre uma canção

Para as horas de tristeza era Dalva de Oliveira

Com suas letras chorosas, que faziam de minha mãe

Uma intérprete maravilhosa!

Também cantava Ângela, com direito aos agudos
Com lágrimas rolando em seu rosto
Cantava “Ave Maria”!

De Noel, “Os três Apitos”, que conta a história
Do boêmio e da operária, que se cruzavam na esquina
Ela, sem meias, indo para o trabalho e ele voltando da farra
Ela, uma operária. Ele, uma ave gregária.

De Elizete, eram os clássicos, de letras longas e lindas,
Como aquele que dizia, que havia um chão de estrelas
O barracão de zinco, no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro

Quando o carnaval chegava era Emilinha quem brilhava
“Se a canoa não virar” e a “Chiquita bacana”
Alegravam nossa casa, que ficava repleta de amor
Com os  lindos cantares minha mãe
Mulher forte e guerreira alegrava a todos
Exemplo de brasileira, que amava esta nação

Com ela aprendi, o prazer de cantar
Ter alegria na vida, sonhar e acreditar
Não perder a esperança e ser sempre feliz
E foi com ela também, que aprendi nosso Hino
Em casa devagarinho, me ensinando aos pouquinhos
Verso a verso com amor,

Ela dizia: cante forte com fervor,
Erga a cabeça, tenha orgulho, deste nosso chão
Vamos saldar nossa Pátria, nossa Terra nosso Lar
Nossa querida Nação, que sempre devemos amar!

Obrigado, mãe!
Edison Borba

 

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