quinta-feira, 25 de maio de 2017

NOVELAS (uma colcha de retalhos)



“Palmolive o sabonete das estrelas, orgulhosamente apresenta mais um capítulo da novela de Felix Caignet, O Direito de Nascer”.
Eram anos 50 e o Brasil parava para ouvir o grande fenômeno cubano, que ficou três anos em cartaz. Em minha casa, em Inhaúma, minha família em volta do rádio, que era delicadamente coberto por uma capa de pano bordado, feito por minha mãe, se reunia para ouvir e se emocionar com as lágrimas de mamãe Dolores e a grande... dúvida: quem seria o pai de Albertinho Limonta. O tempo passou e a televisão substituiu o rádio mas as emoções continuaram. Novelas são assim, um mundo fictício criado por trabalhadores da arte de representar. Diferentemente do teatro, as emoções são apresentadas aos poucos, em doses homeopáticas. Os atores precisam aprender a retomar a cena, para manter acesa a vela da curiosidade do espectador e saber retomar a gravação sem perder o “pique” da interpretação.
Novelas são feitas de retalhos e poucos atores sobrevivem dignamente às tramas. Alguns, mesmo quando protagonistas, nunca passam de coadjuvantes.
Edison Borba

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