Os
convidados chegaram aos poucos, um a um, com roupas novas e pacotes coloridos. No
centro da sala bela mesa forrada com toalha vermelha e coberta de gostosas
iguarias. Tudo perfeito louça, talheres, copos, guardanapos e flores tornavam o
ambiente agradável. Um belo pinheirinho iluminado por centenas de
lampadazinhas, piscando como vaga-lumes em noite escura. Mais adiante num
espaço especial do ambiente, sentado no sofá um casal, ele 85 anos ela apenas
82, os anfitriões.
Todos
os convidados os reverenciavam com abraços, beijos e carinhos; eram filhos,
netos, noras, genros, filhas, sobrinhos, netos, bisnetos e alguns amigos.
Em
pouco tempo a casa estava repleta de gente de todas as idades, que após a
alegria da chegada, ocupou lugares nas cadeiras, sofás e até encostados no
peitoril das janelas, iniciaram um solitário ritual, conversando com os amigos
virtuais através de modernos celulares.
Em
poucos instantes, todos estavam conectados. Durante a ceia e a distribuição dos
presentes, alguns guardaram seus aparelhos, porém a maioria aproveitou para
fotografar (fazer self ??!!) e imediatamente espalhar o “retrato” para todos os
“amigos” da rede.
A
noite de Natal avançou silenciosamente até que da mesma forma como chegaram, um
a um os convidados se retiraram, prometendo voltar em 2015.
O
casal anfitrião permaneceu sentado, calado e de mãos dadas, olhavam-se
carinhosamente nos olhos – eles não possuíam celular!
Edison
Borba
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