sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

NÃO SERVE PRA CASAR!

Esta semana os principais meios de comunicação informaram o resultado de pesquisa realizada entre jovens brasileiros, sobre questões relacionadas ao amor e sexo. Confesso que fiquei surpreso com os percentuais obtidos em alguns quesitos, levando-se em conta que estamos vivendo uma era de comunicação, ampla e irrestrita, onde parece existir um aparelho de comunicação nas mãos de cada jovem deixando-os “bem??!!” informados.
Também vivemos um período de maior liberdade nos ambientes familiares, os filhos apresentam seus parceiros aos pais, e os namorados transformaram-se em “namoridos” (uma mistura de namorado e marido). Desta forma,   o sexo em família deixou de ser um tabu, isto é, meninas e meninos ainda adolescentes dormem com seus parceiros nas casas dos pais, que admitem ficar mais tranquilos com esta opção. Porém, nada disso quebro o tabu e a valorização do casamento com as “moças” menos usadas. Fiquei surpreso com este resultado da pesquisa, na qual  jovens (incluindo mulheres) deixaram claro a sua discriminação, quando diferenciaram as  que servem as que não servem para casar.
Impressionante que em pleno modernismo onde a liberdade é fotografada a cada instante, que a  sexualidade feminina ainda seja julgada como no tempo da minha avó, época em que as moças que se “perdiam” eram enviadas até para manicômios para não envergonharem suas famílias, porque não serviam mais para casar.
Tudo leva a crer que nossos jovens continuam conservadores quando a questão é casamento. As garotas “puras” ainda são as preferidas para se transformarem em esposas.
Outra questão séria;  é o retorno da AIDS;  mesmo com toda a informação, o nível de contagiados pelo vírus HIV aumentou entre os jovens chegando a um percentual preocupante, além de outras doenças sexualmente transmissíveis que  voltaram a circular entre a garotada que supomos está antenada em tudo que ocorre no mundo.
O que está acontecendo com os nossos jovens que aparentemente se mostram tão bem informados? O que está ocorrendo com as famílias? Que tipo de orientação os educadores estão realizando?
É motivo para reflexão, a confusão que se estabelece no relacionamento entre pais, educadores e jovens, que tentando uma aproximação se colocam como amigos. Esta relação é perigosa: pai é pai, mãe é mãe, educador é educador e amigo é amigo.
Ter uma atitude compreensiva, saber ouvir com atenção e abrir espaço para o diálogo não significa deixar de ter a autoridade que  cabe aos adultos. Ser afável, saber conversar e acompanhar os movimentos da juventude não necessariamente deve transformar um adulto num jovem amigo de seus filhos ou alunos.
O nível do uso de álcool e drogas também aumentou entre os jovens principalmente a partir da classe média universitária. Mais um fato a lamentar!
Estamos vivendo um momento complexo e contraditório, todos querem a liberdade para beber, fumar  e usar drogas. A busca da felicidade e alegria nas “raves” e baladas está na química dos copos, cachimbos e comprimidos. A contabilização dos beijos ao final de cada noite, também é a contabilização da troca de bactérias que  abre espaço para o retorno da sífilis e outras doenças.
Infelizmente, a mídia estimula comportamentos sem ter a responsabilidade de informar os seus malefícios. A busca pelo lucro imediato pelas empresas de bebidas e das indústrias químicas alimenta o uso indiscriminado do álcool e de estimulantes sexuais.
A vida segue e a cada ciclo, mudam os comportamentos, as regras, a moda e as crenças. O medo de ser considerado retrógado, antiquado, dinossauro e fora da onda, tem levado ao desaparecimento de regras simples e básicas de uma sociedade educada e capaz de saber dosar e pesar para, depois escolher entre o certo e o errado.
Lamentavelmente, a cada dia nossa civilização demonstra caminhos confusos, se por um lado existe a evolução criativa, empreendedora e capaz de apresentar novas conquistas nas diversas áreas da ciência, temos na outra ponta da corda um mundo em crescente progressão geométrica caminhando para um futuro certamente ruim para a espécie humana.
Há um processo na roda da vida, que faz com que a civilização, ande muito  e acabe voltando para  o mesmo lugar. É provável que estejamos no nível em que o retrocesso começou a se fazer notar.
Lamentável!
Edison Borba

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