Esta
semana os principais meios de comunicação informaram o resultado de pesquisa
realizada entre jovens brasileiros, sobre questões relacionadas ao amor e sexo.
Confesso que fiquei surpreso com os percentuais obtidos em alguns quesitos,
levando-se em conta que estamos vivendo uma era de comunicação, ampla e
irrestrita, onde parece existir um aparelho de comunicação nas mãos de cada
jovem deixando-os “bem??!!” informados.
Também
vivemos um período de maior liberdade nos ambientes familiares, os filhos
apresentam seus parceiros aos pais, e os namorados transformaram-se em “namoridos”
(uma mistura de namorado e marido). Desta forma, o sexo
em família deixou de ser um tabu, isto é, meninas e meninos ainda adolescentes
dormem com seus parceiros nas casas dos pais, que admitem ficar mais tranquilos
com esta opção. Porém, nada disso quebro o tabu e a valorização do casamento
com as “moças” menos usadas. Fiquei surpreso com este resultado da pesquisa, na
qual jovens (incluindo mulheres) deixaram
claro a sua discriminação, quando diferenciaram as que servem as que não servem para casar.
Impressionante
que em pleno modernismo onde a liberdade é fotografada a cada instante, que a sexualidade feminina ainda seja julgada como
no tempo da minha avó, época em que as moças que se “perdiam” eram enviadas até
para manicômios para não envergonharem suas famílias, porque não serviam mais
para casar.
Tudo
leva a crer que nossos jovens continuam conservadores quando a questão é casamento.
As garotas “puras” ainda são as preferidas para se transformarem em esposas.
Outra
questão séria; é o retorno da AIDS; mesmo com toda a informação, o nível de
contagiados pelo vírus HIV aumentou entre os jovens chegando a um percentual
preocupante, além de outras doenças sexualmente transmissíveis que voltaram a circular entre a garotada que
supomos está antenada em tudo que ocorre no mundo.
O
que está acontecendo com os nossos jovens que aparentemente se mostram tão bem
informados? O que está ocorrendo com as famílias? Que tipo de orientação os
educadores estão realizando?
É
motivo para reflexão, a confusão que se estabelece no relacionamento entre
pais, educadores e jovens, que tentando uma aproximação se colocam como amigos.
Esta relação é perigosa: pai é pai, mãe é mãe, educador é educador e amigo é
amigo.
Ter
uma atitude compreensiva, saber ouvir com atenção e abrir espaço para o diálogo
não significa deixar de ter a autoridade que cabe aos adultos. Ser afável, saber conversar
e acompanhar os movimentos da juventude não necessariamente deve transformar um
adulto num jovem amigo de seus filhos ou alunos.
O
nível do uso de álcool e drogas também aumentou entre os jovens principalmente
a partir da classe média universitária. Mais um fato a lamentar!
Estamos
vivendo um momento complexo e contraditório, todos querem a liberdade para
beber, fumar e usar drogas. A busca da
felicidade e alegria nas “raves” e baladas está na química dos copos, cachimbos
e comprimidos. A contabilização dos beijos ao final de cada noite, também é a
contabilização da troca de bactérias que abre espaço para o retorno da sífilis e outras
doenças.
Infelizmente,
a mídia estimula comportamentos sem ter a responsabilidade de informar os seus
malefícios. A busca pelo lucro imediato pelas empresas de bebidas e das
indústrias químicas alimenta o uso indiscriminado do álcool e de estimulantes
sexuais.
A
vida segue e a cada ciclo, mudam os comportamentos, as regras, a moda e as
crenças. O medo de ser considerado retrógado, antiquado, dinossauro e fora da
onda, tem levado ao desaparecimento de regras simples e básicas de uma
sociedade educada e capaz de saber dosar e pesar para, depois escolher entre o
certo e o errado.
Lamentavelmente,
a cada dia nossa civilização demonstra caminhos confusos, se por um lado existe
a evolução criativa, empreendedora e capaz de apresentar novas conquistas nas
diversas áreas da ciência, temos na outra ponta da corda um mundo em crescente
progressão geométrica caminhando para um futuro certamente ruim para a espécie
humana.
Há
um processo na roda da vida, que faz com que a civilização, ande muito e acabe voltando para o mesmo lugar. É provável que estejamos no
nível em que o retrocesso começou a se fazer notar.
Lamentável!
Edison
Borba
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