sábado, 6 de dezembro de 2014

NEM HÉRCULES!

       Após matar o Leão de Nemeia e a Hidra de Lerna, capturar a corsa de Cerínia e o javali de Erimanto, limpar os estábulos do Rei Augias, matar as aves monstruosas do lago Estínfalo, capturar o touro de Creta e as quatro éguas de Diomedes, pegar o cinturão de Hipólita, rainha das Amazonas, encontrar os rebanhos de bois de Gerion, capturar Cérbero, o cão que guardava o inferno e pegar as maçãs de ouro do Jardim das Hespérides, o herói Hércules apresentou o relatório contando detalhadamente a realização de seus doze trabalhos para o deus Apolo.
Cansado, porém satisfeito o grande herói, pensou em tirar uns dias de férias em alguma ilha grega, acompanhado de  gregas ou romanas, ou quem sabe com todas as belezas da época que suspiravam por ele.
Porém, o Apolo chamou o herói para uma reunião a portas fechadas numa das salas do palácio. Sozinhos, o poderoso Deus entregou para Hércules, um envelope lacrado, contendo uma tarefa que ainda deveria ser cumprida antes do atlético herói sair para gozar merecidas férias. Apenas uma tarefa, nada mais que isso! Hércules, vaidoso, pensou: para quem já fez doze trabalhos pesados, um a mais não fará diferença, cumprirei esta ordem e voltarei rapidamente para viajar com minhas  gatinhas gregas e romanas. Montou em seu cavalo branco, como todo herói, e partiu levando a ordem contida no envelope misterioso.
O tempo passou e Apolo já estava preocupado, com a demora. Hércules estava demorando mais para cumprir uma tarefa, do que ele gastou para fazer uma dúzia de atividades. E a demora já estava deixando não só o poderoso Apolo, mas todos os habitantes do palácio, extremamente preocupados.
Eis que, numa manhã de chuva torrencial, Hércules apareceu no palácio; estava cansado, sujo, sem o cavalo e sem os seus pertences. Sua espada, escudo, armadura e até a carteira de identidade com o CPF e alguns trocados tinham desaparecido. Hércules, foi levado para a enfermaria do palácio e após alguns dias de repouso, chorou diante de seu rei, confessando o seu fracasso em cumprir a tarefa.
O rei olhou para o seu herói favorito e falou com compreensão e respeito: “caro rapaz, eu quando te enviei para tal compromisso, tinha algumas dúvidas que irias poder cumpri-lo. Outros heróis eu já havia solicitado  e nenhum deles conseguiu. Vá com suas namoradas para suas merecidas férias numa das ilhas gregas, realmente não existe quem consiga  acabar com a roubalheira que se espalhou entre os políticos e empresários da linda terra chamada Brasil!”
Edison Borba

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