domingo, 14 de dezembro de 2014

SÓ A PRESENÇA, BASTA!

É difícil ficar ao lado de alguém sem falar, necessitamos preencher o espaço contando histórias, piadas, falando qualquer assunto ou até recitando juras de amor. Sem dúvida, conversar também faz parte de uma relação saudável, mas o verdadeiro relacionamento faz com que os amantes sejam capazes de emudecerem por segundos ou minutos saboreando o prazer da companhia da pessoa querida.
Quando duas pessoas se amam verdadeiramente, o silêncio não é um vazio, mas o momento de encontro das almas apaixonadas.
Apenas a presença basta!
Existe, entre os seres humanos, necessidade de preencher espaços, através da palavra. Há parceiros que falam durante espetáculos teatrais, nas salas de cinema  durante a exibição de um filme, numa eterna  ladainha que nunca termina. O discurso serve para preencher um vazio na relação, sendo usado para  manter a parceria  ligada numa corrente de frases intermináveis.
Há pessoas que não conseguem mergulhar no silêncio da presença. Ficar feliz em ter,  junto a si, a presença de alguém que se quer bem. O silêncio permitirá que após alguns momentos haja o emergir e a delícia  de uma conversa,  como se ambos tivessem realizado uma longa viagem com o mesmo destino.
É preciso saber aproveitar o caminhar lado a lado, passo a passo de mãos dadas e pensamentos vagando na mesma direção. Estes momentos de silêncio a dois não representam a terrível solidão a dois. São situações diferentes. Na solidão existe a dor, o ressentimento, mágoas e a indiferença. Enquanto no silêncio, existe a parceria, o prazer de  ficar juntos, a certeza da presença que vai bem além da física, é a comunhão psíquica e espiritual. o prazer de estar lado a lado sem precisar falar, comentar preencher espaço com palavras, porque o amor ocupa todos os cantinhos da vida dos enamorados.
Cuidado! Quem não consegue ficar calado por alguns segundos ou até minutos ao lado de quem se diz estar apaixonado, pode estar correndo um grande risco de um dia acordar e só encontrar as paredes para conversar.
Edison Borba
 
 

 

 

 

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