Oxímoro
é uma figura de retórica que combina numa só frase dois termos considerados
antagônicos. O mundo da Literatura é
rico em oximoros, que embelezam textos, poemas e romances, permitindo aos
escritores brincarem lindamente com o jogo de palavras que se transformam em
reflexões e emoções ao serem lidas.
Camões
um dos maiores da Literatura Portuguesa deixou o mundo inebriado quando
escreveu:
“Amor
é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se
sente;
É um contentamento descontente,
È dor que desatina sem doer”.
Nossos
queridos políticos aplicam sobre o povo, lindos oxímaros quando nos dirigem
mentiras sinceras, tão sinceramente declaradas que eles próprios acreditam
nelas.
Imitando
Luiz de Camões eles nos fazem ter contentamentos mesmo que estejamos descontentes.
Rimos das nossas desgraças e as nossas feridas
sangram e doem mas nada sentimos, pois estamos anestesiados pelo
constante sofrimento.
Continuamos
em silêncio mesmo com o barulho ensurdecedor das bombas que caem diariamente,
disparadas pelo sacrossanto escândalo da
Petrobrás que não para de explodir detonando todos os dias heróis e suas covardias.
Já
decretamos que é proibido proibir os
roubos e desvios financeiros realizados,
pelos honestos ladrões que agem
claramente às escondidas, tirando do prato dos miseráveis o arroz e o feijão,
para manter suas dietas milionárias e aplacar o remorso que invade seus
demoníacos corações com champanhe e uísque importados.
Brasil,
um país de oxímaros!
Aprendemos
a sorver o doce veneno das palavras pronunciadas durante a guerra pacífica que
os políticos e empresários brasileiros declararam a nós, o povo, que vive uma
alegria triste diante dos terríveis fatos que envergonham a todo e qualquer
trabalhador.
Somos
uma Nação de mortos vivos, que se encontra estarrecida diante das ações dos
éticos ladrões que roubam religiosamente a Pátria.
Os
ladrões piedosos não esquecem, de deixar migalhas pelo chão para matar de fome dos que já morreram com a perda
da dignidade de ser cidadão brasileiro.
O
perfume que emana das flores exóticas, que nascem em nossas florestas, se
mistura na delícia dos gases que exalam do lixão em que se transformou a
política brasileira.
Edison
Borba
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