quinta-feira, 2 de abril de 2015

GUERRA URBANA

Há mais de noventa dias que a comunidade do Complexo do Alemão está em guerra. Civis e militares tombaram feridos e mortos. Hoje uma bala perdida “achou” um menino ferindo-o mortalmente.
Eduardo de Jesus Ferreira de dez anos, é a quarta vítima, da guerra entre o tráfico e a polícia. Antes dele, no dia primeiro de abril, Elizabeth Alves de 41 anos morreu atingida por bala perdida. Ela e sua filha que ficou ferida , estavam dentro de casa, supostamente protegidas dos tiros que aconteciam do lado de fora.                             
Rio de Janeiro, a maravilhosa cidade, reconhecida em todo mundo por suas belezas naturais e a suposta alegria de seu povo, está em guerra faz muito tempo.
As diversas comunidades que receberam as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), estão sendo o palco de violentos conflitos, que dificilmente irão terminar. Os donos do tráfico, possuem um exército disposto a matar ou morrer. O nível de armamentos deles é superior ao dos policiais, que estão ameaçados e portanto cometendo erros durante os confrontos. O que falta entre os soldados do tráfico é organização e união. O dia que eles conseguirem se unir e tiverem um líder, nós estaremos correndo um grave risco de vermos a nossa cidade ser totalmente dominada pelo tráfico.
A mercadoria comercializada pelo traficante, tem freguesia certa, em toda as classes sociais. Portanto, os donos do mercado sobrevive das festas universitárias, dos encontros sociais, dos diversos tipos de shows, dos festejos carnavalescos, dos bailes públicos além de outros tipos de encontros sociais. A droga é democrática, ela está no morro, nas comunidades carentes, nos palácios, nas luxuosas coberturas dos bairros nobres da cidade, nas escolas públicas, nas universidades, nas câmaras de deputados e senadores, nas emissoras de televisão entre outros locais famosos e de famosos.
Onde houver dinheiro, e alguém disposto a pagar pela viagem a droga chega, entra e se estabelece.
O grande problema, que infelizmente não há como controlar, é o consumidor. A maioria, não está nas ruas e becos morrendo através do crack, eles transitam livremente pelas salas de aula, salões de beleza, passarelas, auditórios, palcos, púlpitos, palanques, mesas de luxuosos bares e reuniões elegantes.
Infelizmente, não há como expurgar a droga da sociedade. Ela se infiltrou nos lares e faz parte do convívio social e familiar.
As polícias, mesmo cometendo erros, fazem um bom papel caçando os traficantes miúdos e às vezes prendendo algum “chefão”, que é imediatamente substituído, e portanto o equilíbrio das quadrilhas é sempre mantido.
Não há como acabar esta guerra! Apenas iremos aparando as arestas e tentando educar os mais jovens para que eles consigam entender que a droga não leva ninguém ao sucesso, mesmo quando alguém de suposto sucesso, a utiliza. Que a droga não confere diploma a ninguém, mesmo vendo as universidades formar viciados.
Educação, amor, união familiar e respeito são alguns antídotos contra a praga do século XXI. Enquanto isso, nas comunidades mais balas perdidas continuarão a encontrar suas vítimas.
Edison Borba




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