sábado, 18 de abril de 2015

MACHISMO e MORTE!

Mais uma tragédia envolvendo amor, ciúme, paixão e morte abalou a sociedade brasileira.Um formato que Shakespeare, em Otelo narrou com maestria. A loucura que a desconfiança que leva ao ciúme e conduz ao assassinato continua a se repetir. Homens confusos, mulheres lindas, medo da traição, loucura e morte, tudo acontecendo num cenário que não se modifica, anos após ano.
Desta vez, a história aconteceu no mundo do funk; a dançarina Amanda Bueno, foi cruelmente assassinada pelo homem que quatro dias antes tinha se tornado seu noivo, numa bela festa em que os amigos puderam participar do nascimento de mais um caso de amor.
Qual Desdêmona, no dedo de Amanda ainda era possível ver a aliança que há quatro dias selava o amor entre ela e seu noivo.
Ela dançarina, linda, exuberante e famosa no mundo da música ele um empresário que ao ser preso, ainda tinha no dedo a aliança que seleva promessas de amor feitas à dançarina.
Ao que tudo indica, o ciúme pode ter sido o motivo que enlouqueceu e levou o noivo a matar de forma cruel aquela a quem jurou amor eterno.
Mais uma história que se perderá no tempo, mais uma mulher assassinada pelo machismo que ainda governa o mundo. Amanhã, os jornais estarão embrulhando peixe e a tragédia se perderá entre as muitas que aconteceram e ainda irão acontecer.

Amanda é apenas uma dentre as centenas de mulheres mortas, violentadas, estupradas, humilhadas, e submetidas a força do gênero masculino que ao longo da história tem recebido educação para ver e tratar o gênero feminino como submisso e inferior.
                                                                                                           
Nos anos setenta, o assassino de Angela Diniz foi aplaudido por mulheres e homens na saída do fórum após ser absolvido pelo crime que cometeu. Outro péssimo exemplo, é o que a mídia tem dado em relação ao caso do desapareceimento e possível assassinato de Emília Samúdio, envolvendo Bruno,o jogador de futebol, que recebe tratamento de celebridade em entrevistas,além de exibir suas novas mulheres, que se encantam pelo assassino, esquecendo de que ele é um perigo para o gênero feminino.
São situações que nos assustamm e deixam claro que existe algo errado com o comportamento da sociedade em relação à educação do masculino brasileiro.

Quando mergulhamos no processo educacional informal (passado pelas famílias) e formal ( que é conseguido nas escolas), sentimos que existem fortes tendências à educação machista. Pais, mães, tios, tias, vizinhos homens e mulheres e até professores transmitem aos meninos direta e indiretamente que ser homem é ser macho: bater, gritar, impor-se pela força, exibir seu poder pelo sexo entre outros quesitos que ao longo do desenvolvimento do menino, vai transformá-lo num violentador de leis e regras sociais, orientado pela própria sociedade que irá tentar puní-lo.
O tempo passa, e a imagem do macho é, constantemente, transmitida pelos comerciais, novelas, letras de música, comportamento de algumas celebridades e muitas outras formas que a sociedade moderna educa seus filhos.
É triste vermos meninas, adolescentes e mulheres incentivando a aplaudindo esse tipo de formação do homem brasileiro.
Ainda levará muito tempo, até que a sociedade perceba que nós temos grande parcela de responsabilidade na formação dos machos causadores de feminicídios.
                                                              
Enquanto se negar aos meninos o direito de chorar e de demonstrar sua fragilidade. Enquanto se ridicularizar ações masculinas de amor e afeto. Enquanto o menino, o adolescente, o rapaz tiver que ter atitudes estabelecidas “trogloditas”, exigidas pela sociedade, para provar a sua virilidade, muitas mulheres continuarão a ser vítimas deste tipo de crime.
Ainda é tempo de mudar este tipo de história, caso contrário, muitas mulheres ainda serão cruelmente assassinadas!

FOTOS: AMANDA, ELIZA, CLAUDIA, ÂNGELA e AÍDA.
Edison Borba






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