domingo, 12 de abril de 2015

TRISTE COTIDIANO.

 Dia: 10 de abril, sexta-feira, 2015.
Local: um cruzamento na rua Voluntários da Pátria.
Bairro: Botafogo
Fato:
O sinal ou semáforo, com luz vermelha para os pedestres e verde para os veículos. Pessoas aglomeradas nas calçadas dos dois lados da rua Voluntários. Entre os que aguardavam ansiosos a mudança de cor da sinaleira, uma jovem senhora, branca, cabelos lisos e castanhos, óculos escuros. A roupa de “academia” vestia um corpo elegante, que chamou a minha atenção. A bela e jovem mulher, um carinho com um bebê e ao seu lado uma garotinha, segurava no carrinho enquanto a mãe (suponho que a interessante senhora – provavelmente na casa dos trinta anos, fosse a mãe das crianças), falava animadamente ao telefone celular.
Fiquei a imaginar que assunto sério, aquela hora do dia, deixava a jovem mãe tão envolvida no mundo da telefonia, que tirava dela a atenção dos filhos, numa rua bastante movimentada, com tráfego e trânsito intensos, principalmente numa sexta-feira naquela hora do dia.
Pensei: talvez ela estivesse conversando com sua sogra, ou até com o marido, discutindo algum assunto pertinente à saúde e educação dos filhos, ou as contas do lar. Questões sérias para as famílias.
Entre os que esperavam a luz verde acender, para cruzar a rua, vez por outra, um apressado, corria driblando os veículos. Homens de pasta, que provavelmente não podiam perder a hora de um compromisso. Outras vezes eram jovens, que em suas inquietudes não gostam de esperar para cumprir as regras da vida. E foi numa destas corridas que a garotinha também correu para a rua, feliz imaginando poder alcançar uma borboleta ou uma nuvem.
Gritos! Gritos! Correria! Burburinho entre os transeuntes.
Apesar do susto, nada aconteceu com a garotinha, que não entendeu os gritos dos adultos, que apavorados imaginaram uma tragédia.
A jovem mãe, de roupa de academia, óculos escuros, cabelos bem cuidados foi a última pessoa a perceber o que havia acontecido. Demonstrando estar assustada pegou na mão da menina, encostou o carrinho com o bebê no muro do outro lado da calçada e voltou a usar o seu celular.
Eu, com taquicardia, entrei num bar e pedi um copo com água!.
Edison Borba

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