domingo, 2 de agosto de 2015

SEM MEMÓRIA?


Dizem que o Brasil é um País sem memória. Não se pode negar esta afirmativa, pois infelizmente temos que assistir o retorno ao convívio social, de cidadãos que foram expulsos do País.
Talvez, essa falta de memória esteja relacionada a uma série de  situações em envolvem a população brasileira. Somos um povo de pouca leitura; quando comparados com outros países da  América do Sul, o brasileiro é o que menos costuma ter acesso a livros. Nossas bibliotecas são pouco visitadas, e quando o são é apenas por pequenos grupos de estudantes que buscam resolver alguma atividade escolar. As poucas livrarias que existem, são frequentadas por um  grupo com lastro universitário. Temos a falsa impressão que os brasileiros são bons frequentadores de cinemas e teatros. Ledo engano, apenas os que vivem nas grandes capitais e dispõem de condições financeiras têm oportunidade de frequentar este tipo de diversão.
Por outro lado, em todo o Brasil, as cidades distantes das grandes capitais, possuem atividades culturais, de grande representatividade das nossas raízes. Grupos que isoladamente, lutam para manter suas origens através de cantos e danças locais, mas que ficam perdidos, sem divulgação e sem interesse das universidades, pesquisadores e do governo.
Vivemos um momento  onde a tecnologia se espalhou pelo País, porém sua utilização  principalmente entre os jovens, é  apenas pela troca de informações absolutamente sem conteúdo. Cada vez menos o vocabulário é usado corretamente e a capacidade de pensar sobre assuntos simples, torna-se mais distante da nossa juventude. O festival de besteira que assola o País, pode ser visto nas redações das provas do ENEM.
 O número de analfabetos sociais, que conseguem ler mas não entendem o conteúdo do que leem é imenso. Milhões de brasileiros, que se transformam em marionetes nas mãos daqueles que usam o poder da palavra para enganar, neste quesito, os políticos continuam a tirar grande proveito destes cidadãos.
A Presidente lançou "Brasil Pátria Educadora", que  diariamente os meios de comunicação repetem, como eco que bate nas montanhas e volta e, aos poucos vai se perdendo, sem causar nenhuma modificação no meio onde ele ocorre.
Infelizmente, poucos empresários arriscam apoiar Projetos Educacionais / Culturais que tem estado apenas nas mãos do governos,federal, estadual, municipal e muitas vezes nas mãos de gestores escolares que mesmo não ocupando o primeiro escalão do governo, colocam obstáculos para que em suas Unidades Escolares não aconteça nada mais do que a transmissão de um conteúdo mínimo sem que nada aconteça para os alunos no campo cultural.
No momento em que o Brasil vive uma crise política, social e financeira  torna-se mais evidente  a dificuldade da população entender o que acontecerá nos próximos dias.
Fala-se em construção de cidadania, liberdade e retomada de uma democracia ampla e irrestrita, mas a desigualdade social continua em todas as regiões do país. O preconceito, a violência, a desordem pública e outros conflitos continuam a assustar a população.
Sem educação de qualidade, sem a valorização cultural, sem saúde e sem tantas outras necessidades básicas para sobrevivência, um povo, com certeza,  perde a memória.
 
Edison Borba

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