Enquanto o solo do nordeste arde
sob o sol, numa das maiores secas dos últimos anos, as águas do São Francisco,
o velho Chico, continuam a encher os cofres de homens e mulheres sem
escrúpulos.
Os homens, alguns homens,
invejando a beleza do grande Chico (será de Assis ou de Pádua?) resolveram
interferir em seu curso, usando como pretexto, levar as suas águas por outros
caminhos, que não os traçados pela natureza.
Fazer a transposição de seu leito,
usando como “mote”: acabar com a seca da região nordeste. Seria o milagre dos
governos! Presidentes – Deuses, ordenam as águas a mudarem seu curso! Sem
pedirem permissão aos Orixás, os malvados impiedosamente sacrificaram diversas
espécies animais e vegetais, dizimando variadas biodiversidades.
Os Senhores e Senhoras
palacianos, regozijam-se de suas bravatas: vencemos o São Francisco!
O majestoso Chico, o rio da
unidade nacional, foi machucado, ferido e transferido sem o seu consentimento.
Pobre rio! Pobre nordeste! Pobre
do pobre! Pobre do rico São Francisco!
Os homens estão mais ricos. As
águas evaporaram e se transformaram em dólares e euros que desaguaram nos rios
Suiços, provavelmente no Aar, que deve estar mais caudaloso.
Choremos junto com o velho Chico.
Choremos pelo São Francisco. Quem sabe as lágrimas da população brasileira
poderá ajudar no combate à antiga e tradicional seca nordestina.
Edison Borba
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